Supermercados aumentam vendas

Os supermercados da Grande João Pessoa tiveram um crescimento de 4,44% nas vendas entre os meses de janeiro e maio deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados parciais da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado da Paraíba (Fecomercio/PB).

Entretanto, a avaliação dos empresários do setor é de que a expansão poderia ter sido maior: os efeitos da Copa do Mundo e os feriadões afastaram os consumidores e contribuíram para resultados mais baixos.

Comparando apenas o mês de maio de 2014 com maio de 2013, o aumento no volume de vendas chegou a 5,59%, embora o crescimento em relação ao mês anterior tenha sido apenas de 1,8%. Ainda assim, o desempenho dos supermercados locais foi expressivo em relação aos números nacionais. De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas de maio deste ano com maio do ano passado tiveram queda de 0,05%; já comparado com abril, a retração foi mais severa: 4,01%. No acumulado dos primeiros cinco meses, a alta é de 1,62%.

Para o presidente da Associação dos Supermercados da Paraíba (ASPB), Cícero Bernardo, a atração de investimentos para o Estado, o aumento da renda e do poder aquisitivo dos paraibanos deram ânimo ao setor. “A Paraíba mais uma vez está acima da média”, diz. Mas empresários do setor são menos otimistas: para eles, as vendas correram abaixo do esperado na primeira metade do ano, embora os efeitos da Copa no Estado tenham sido significativamente menores em relação às sedes.

“Nossos colegas nos Estados vizinhos estão com as mãos na cabeça”, critica Gleisson Luiz, gerente do SuperBox Brasil. “No geral, as vendas não foram boas. Semana passada teve o feriado de São João e o jogo da Seleção que emendou quase a semana inteira”, afirma. Mas não foi apenas o mês de junho que contou com interrupções: o Carnaval tardio, a Semana Santa seguida do Dia de Tiradentes e outros feriados no período prejudicaram não apenas o setor supermercadista, como também outras atividades econômicas dentro e fora do varejo.

“O resultado poderia ter sido bem melhor. Qualquer parada é prejudicial aos supermercados”, conta Bruno Farias, diretor do Rede Compras, em Campina Grande. Para ele, as vendas sazonais melhoraram, mas não bastaram para alavancar as vendas totais. “Itens sazonais normalmente têm um crescimento, mas o contexto geral não é satisfatório. As vendas nesse São João foram melhores do que no ano passado, mas não superou a expectativa”, explica.

Na estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, as vendas de cerveja chegaram a subir 40% em relação aos dias normais. Produtos como salgadinhos, pipocas, snacks e carnes para churrasco também melhoram, mas os demais não provocam alterações significativas no volume de vendas.

INFLAÇÃO

Para Bernardo, o baixo crescimento econômico aliado à inflação acima da meta e próxima ao teto de 6,5% ao ano – fenômeno conhecido como “estagflação” – tem impactado o carrinho de compras dos consumidores.

“As pessoas não deixam de comprar, mas o consumo diminui. Esperamos que no segundo semestre as coisas melhorem e que a inflação não volte a corroer mais ainda o salário do consumidor”, destaca. Segundo ele, o período mais movimentado nos estabelecimentos começa entre outubro e novembro e se estende até o período de carnaval.