ECONOMIA
Tarefas domésticas vão ter ajuda de robôs
Durante a competição de robôs domésticos da RoboCup 2014, máquinas apresentaram desempenhos que impressionam.
Publicado em 23/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/02/2024 às 17:48
Rose, a empregada robótica da série animada 'Os Jestons', é um mito emblemático acerca do desenvolvimento tecnológico da humanidade, uma ideia de como seria dominar sistemas tão complexos ao ponto de criar humanoides capazes de agir, pensar e executar atividades como pessoas comuns. A intenção da RoboCup é, até a segunda metade do século 21, atingir esse desenvolvimento. E realmente essa é uma meta de longo prazo, dadas as tecnologias e os recursos financeiros disponíveis atualmente.
Durante a competição de robôs domésticos da RoboCup 2014, a RoboCup@Home, máquinas dotadas de inteligência artificial, algumas até com rostos similares aos dos humanos, apresentaram desempenhos que impressionam espectadores.
Foi o caso do chinês KeJia, capaz de reconhecer e distinguir vários tipos de recipientes e caixas que costumam ficar expostos na cozinha, contendo batatas-fritas, ketchup e sucos, por exemplo. Os produtos foram dispostos em duas fileiras, uma atrás da outra. Conforme os pedidos vocalizados pelos seus criadores, o robô compreendia e afastava os demais frascos para chegar ao que era solicitado. Apesar da demora e da necessidade da repetição de comandos, a tarefa foi executada duas vezes.
Para o professor da Universidade de Tecnologia Amirkabir, Saeed Shiry Ghidary, que liderou a equipe do Irã na competição e trabalha com robótica há 20 anos, ainda há um longo caminho a percorrer antes de os robôs passarem a ajudar as pessoas a preparar alimentos. Entre os principais problemas apontados estão a tecnologia para a máquina formar e interpretar imagens e outra, relacionada à compreensão da fala humana. “O reconhecimento da fala não é algo novo, já pode ser encontrado em softwares de smartphones. Mas mesmo as companhias que desenvolvem esses programas não conseguiram dominar por completo a compreensão da voz.
Acredito que ainda vai demorar de cinco a dez anos para que possamos nos comunicar com os robôs”, explica.
A capacidade de reconhecimento de objetos também precisa ser aprimorada a níveis inalcançáveis atualmente. Cada robô que participou da competição usa uma câmera semelhante ao Kinect acoplada à fronte, que é usada para mapear o ambiente e detectar objetos. O problema é reconhecer os objetos, mesmo com uma rudimentar capacidade de cognição. “É um problema comum o fato de nenhum robô conseguir detectar objetos como humanos conseguem. Em um ambiente controlado, nós podemos ensinar aos robôs como usar técnicas de visão por computador para detectar objetos a partir de determinados atributos visuais”, explica.
Mesmo superadas essas limitações, Saeed afirma que ainda são necessárias muitas melhorias, e vultosas somas de investimentos, para que Rose se torne uma realidade.
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