ECONOMIA
Turismo de eventos movimenta R$12,8 mi em João Pessoa
Em média, circularam na capital 9,5 mil turistas que vieram para participar de oito eventos – um internacional e sete nacionais.
Publicado em 11/06/2014 às 6:00 | Atualizado em 30/01/2024 às 14:15
O turismo de eventos em João Pessoa movimentou, em 2013, 42% mais recursos em relação ao ano anterior, atingindo a cifra de R$ 12,8 milhões apenas em consumo. Em média, circularam na capital 9,5 mil turistas que vieram para participar de oito eventos – um internacional e sete nacionais. A maioria é mulher, na faixa dos 18 aos 20 anos, com formação superior ou pós-graduação, e residem em outras cidades nordestinas. A quantidade média de tempo gasto na cidade é de 3 dias e cada pessoa gasta, em média, R$ 450 durante sua estadia.
Esses são alguns dados da segunda Pesquisa de Impacto do Turismo de Eventos e Negócios na cidade de João Pessoa, realizada pelo Conventions Bureau de João Pessoa em parceria com Governo da Paraíba, Prefeitura de João Pessoa, Sebrae-PB, Associação Brasileira dos Hotéis (ABIH), Iesp Faculdades e a Federação do Comércio. Os resultados foram divulgados ontem, em solenidade no auditório do Intercity Hotel.
As informações foram levantadas junto a 401 turistas, que responderam questões referentes ao perfil socioeconômico, viagem, evento, lazer, gastos e opinião sobre a viagem. “Não se faz gestão sem coleta de dados. Essas informações devem ser observadas estrategicamente pelas associações, Estado, prefeitura e Sebrae para que João Pessoa seja inserida na rota do desenvolvimento e da atividade turística”, comentou o secretário de Turismo de João Pessoa, Bruno Farias, durante a abertura.
De acordo com a Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, na sigla em inglês), o Brasil foi o 9º país do mundo em turismo de eventos e negócios em 2013, caindo duas posições em relação a 2012, com a realização de 315 solenidades de nível internacional. João Pessoa aparece em 11º no ranking da Embratur.
O objetivo da pesquisa é mapear o perfil dos turistas que vêm à Paraíba não por lazer, mas para participar de eventos ligados à carreira e negócios. Com isso, as empresas ligadas ao segmento turístico podem se munir de informações para direcionar ações e estratégias.
“A pesquisa fornece subsídios para a construção de cenários estratégicos para o desenvolvimento do turismo de eventos na capital paraibana e região”, afirma o executivo do Convention Bureau, Ferdinando Lucena, um dos coordenadores do estudo.
OUTROS DADOS
Apesar do gasto médio de R$ 450, cerca de 10% dos entrevistados afirmou desembolsar cerca de R$ 1,5 mil. 58,35% dos turistas avaliados são mulheres, a maior parte (48,87%) é composta por pessoas solteiras e estão iniciando a carreira – 33,6% têm grau superior completo e 31,6% têm pós-graduação.
Nos horários de lazer, os locais preferidos para visitas são as praias urbanas de João Pessoa (37%). Um em cada seis turistas leva pelo menos um acompanhante durante as viagens e 41% usam o táxi como meio de transporte urbano.
Praticamente a metade dos entrevistados disse ter visitado a cidade pela primeira vez (47%), e 83% afirmaram que pretendem voltar à capital paraibana, seja por lazer ou a negócios. A maior fatia dos turistas (72%) ficou hospedada em hotéis, que tiveram uma avaliação positiva – 49% consideraram os serviços de hotelaria como “bons”. O segmento de bares e restaurantes teve uma avaliação semelhante.
A pesquisa aponta também que o principal meio de transporte utilizado para chegar à capital – apesar de a maioria dos turistas pertencerem a Estados vizinhos – é o avião, com 45%. Já em relação à infraestrutura oferecida pela cidade em geral, a avaliação foi favorável: 50% classificaram como “ótima”.
CRÍTICAS
Embora os dados da pesquisa tenham apontado um cenário amplamente favorável às empresas do setor e ao poder público, o escritor e ex-presidente da Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores de Turismo (Abrajet) Wills Leal, criticou a pesquisa. “O estudo dá a impressão de que o turismo na Paraíba vai muito bem, quando na verdade vai muito mal. A amostra é muito pequena e não reflete a situação real do turismo no Estado. Tecnicamente a pesquisa é impecável, mas o conteúdo é desastroso”, exclamou.
Outro aspecto reprovado pelo escritor é o fato de que os eventos são “adquiridos” de outras regiões do Brasil, e não gerados dentro da Paraíba. Em resposta, Ferdinando Lucena destacou que o papel dos Conventions Bureau de todo o país era de atrair eventos, uma vez que a natureza social e histórica era diferente das organizações similares nos Estados Unidos. “Lá as instituições são de capital misto e foram consolidadas há muito tempo. Aqui funciona apenas com capital privado”, justifica.
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