Uma empresa no ranking das 250

Apenas uma empresa paraibana entrou no ranking da oitava edição das 250 Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que mais cresceram no Brasil no ano passado, segundo pesquisa realizada pela Deloitte e Exame PME.

A indústria Cadersil, de Campina Grande, apresentou crescimento real de 20% na receita líquida, passando da 234º posição, em 2011, para o 159º lugar em 2012. Entre os 2 anos, o faturamento subiu de R$ 24,336 milhões para R$ 30,508 milhões, com expectativa de aumento para R$ 40 milhões em 2013. Foi a sexta vez em oito edições do ranking que a indústria paraibana entra na lista.

O ganho de 75 posições no ranking é resultado da estratégia adotada pela organização, explicou o presidente da Cadersil, Jonas Cabral. “Investimos na ampliação do parque industrial, nas máquinas e em tecnologia de última geração. Trabalhamos com fornecedores exigentes e criteriosos, tudo isso para fazer produtos de qualidade e competitivos”.

Com crescimento acumulado de 44,1% no triênio (2010-2012), a empresa tem maior parte da clientela nas regiões Norte e Nordeste com 6.500 compradores. A Cadersil disputa o mercado com nomes de peso no segmento como a Tilibra, que produz cadernos de vários clubes de futebol e personagens Disney, e Foroni, que tem o direito de fabricação da marca Barbie e Batman.

Para subtrair a desvantagem aos apelos comerciais das concorrentes, a empresa adota novas estratégias de comunicação para que os clientes se identifiquem com a empresa. Exemplo dessa atratividade é visto na linguagem da empresa, que possui contas em redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter. Além disso, na página eletrônica da empresa, o cliente tem informações sobre o mundo da música, cinema, entre outros assuntos de interesse do adolescente, que é o principal consumidor final da empresa.

O presidente da Cadersil explicou ainda que o investimento no diálogo adequado com o consumidor é essencial para o sucesso dos negócios. “Nos dias de hoje é imprescindível que uma empresa esteja em contato direto com os seus consumidores. É por meio do contato nas redes coisas que buscamos refletir em nossos produtos, características do meio social de cada público específico e o que há de atual na demanda do mercado”, explicou Jonas Cabral.

FALTA DE VISÃO REDUZ NÚMERO DE PARTICIPANTES

A baixa participação das empresas paraibanas no ranking Deloitte/Exame PME se dá pelas estratégias adotadas por alguns gestores. Para o presidente do Programa Paraibano de Qualidade (PPQ), o economista Rafael Bernardino, os empreendimentos da Paraíba precisam ampliar a visão de mercado, pois só assim poderão fazer parte de rankings deste tipo. “No PPQ fazemos um esforço para disseminar um modelo de gestão, com melhor visão estratégica. Percebemos que alguns empresários montam seus empreendimentos em torno do negócio interno”.

O presidente ressaltou ainda que o olhar que o gestor faz do seu negócio é ponto fundamental para crescimento das empresas, sobretudo das PMEs.

“Temos que pensar em empresas com foco no mercado nacional e percebemos que ainda falta essa visão em algumas gestões. O gestor precisa ter visão de longo prazo, se voltar para o futuro. Elaborar planejamentos estratégicos pensando onde se quer chegar e daí buscar os parceiros necessários para isso”, disse.

NE TEM LEVE RECUO

A região Nordeste teve um leve recuo de 28 empresas para 27 empresas no ranking das 250 PMEs que mais cresceram em 2012 sobre o anterior. O número representa 9% dos empreendimentos que mais crescem no país. Dentro das dez empresas que encabeçam a lista das mais lucrativas do ano passado, somente uma pertence à região Nordeste, a Meta Distribuidor, do Estado de Alagoas.

A Região Sudeste concentrou 62% do total das empresas no ranking (157), sendo 108 (43,20%) somente do Estado de São Paulo. Em segundo lugar vem a região Sul, com 53 PMEs. O Nordeste, com 27 empresas, ficou à frente apenas das regiões Norte e Centro-Oeste com 13 empresas no ranking Delloite PME Exame. (Especial para o JORNAL DA PARAÍBA).