ECONOMIA
Valor da cesta básica tem 2ª maior queda em JP, aponta Dieese
Cesta teve redução de 2,85%. Produto foi encontrado por R$196,69 em João Pessoa.
Publicado em 05/10/2011 às 21:27
Da Redação
Com informações do Dieese
A queda no valor dos produtos agrícolas fez com que a capital paraibana registrasse a segunda maior queda 2,85% no valor da cesta básica comercializada em João Pessoa durante setembro. É o que mostra a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (5) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).
Segundo os dados, a cesta com 12 itens caiu de R$ 202,47, em agosto, para R$ 196,69, no último mês. O valor da cesta foi pesquisado em 17 capitais. Em Natal, foi registrada a maior redução, 6,17%.
O economista e técnico do Dieese na Paraíba, Renato Silva, explicou que a queda de produtos agrícolas puxou o preço da cesta para baixo. “O tomate, que representa as leguminosas e a banana, representando as frutas apresentaram as maiores quedas (17,82% e 17,64%, respectivamente), graças as boas safras dos produtos. Este desempenho fez com que o valor caísse novamente”, disse o especialista.
Em João Pessoa, nos nove primeiros meses de 2011, os produtos que apresentaram redução em seus preços foram: feijão (-18,18%), arroz (-11,53%), manteiga (-1,65%) e carne (-0,93%). Quanto aos produtos que apresentaram altas foram: tomate (31,75%), café (14,75%), farinha (6,38%) óleo de soja (5,67%), açúcar (3,5%), pão (3,24%) e leite (2,38%). A banana foi o único produto que teve variação nula.
Em João Pessoa, o custo da cesta básica, para o sustento de uma mesma família durante um mês, conforme cálculo adotado pelo Dieese, foi de R$ 590,07 no mês de setembro, o equivalente a aproximadamente 1,08 vezes o salário mínimo bruto de R$ 545,00.
Confira a variação de alguns produtos
Leite
O leite aumentou de preço em 15 capitais, com maior taxa em Natal (14,93%). Apenas
Porto Alegre (-1,75%) e Salvador (- 2,94%) tiveram redução de preço. No período anual,
16 regiões apresentaram alta no preço do produto, das quais a mais alta foi Belo Horizonte
(20,17%), seguida por Natal (17,59%) e Rio de Janeiro (17,31%). Apenas Salvador (-2,46%)
apresentou queda na variação anual do preço do leite. A forte seca, em quase todo país,
comprometeu os pastos e, com isso, houve diminuição na produção do leite.
Café
O café encareceu em 14 capitais; as maiores altas verificadas em Recife (7,41%), Belo
Horizonte (5,83%) e Natal (5,63%). Em Aracaju (-0,40%), João Pessoa (-0,93%) e Brasília (-1,25%) foram registradas quedas no preço do produto. Na comparação com setembro de 2010, o café aumentou em todas as capitais. O clima prejudicou a produção dos cafezais, com frio e geadas seguidos de forte calor, o que causou a elevação dos preços do produto.
Carne
A carne teve alta nos preços em 13 cidades. Goiânia (6,18%) apareceu com a maior
elevação e, dentre as quatro capitais com redução no preço, se destacam Salvador (-2,06%) e
Natal (-3,06%). No período de 12 meses prevaleceu o aumento de preços em todas as capitais
pesquisadas, com taxas que variaram de 6,98% em Salvador até 22,78% em Florianópolis. Assim como a produção leiteira, também a carne foi afetada pelo clima, principalmente pela seca que reduziu as pastagens e, com isso, o abate do gado também foi reduzido.
Açúcar
O açúcar subiu de preço em 12 capitais puxadas pelo Rio de Janeiro (5,56%), Porto Alegre
(5,48%) e Florianópolis (5,02%); enquanto em cinco regiões foram anotadas reduções no preço
do produto desde -2,09% em Goiânia até -8,15% em Brasília. No período de 12 meses, o açúcar
encareceu em todas as 17 capitais, com destaque para Belo Horizonte (40,0%) até Brasília
(5,02%), a única com taxa inferior a 12,00%. Apesar de a cana estar em plena safra no centro/sul, a falta de chuvas ocasionou a redução do teor de sacarose.
Feijão
O feijão, com aumento em 11 capitais, teve a maior alta no preço em Belém (10,81%),
Manaus (7,48%) e Fortaleza (7,38%). Dentre as seis regiões com quedas nos preços, se
destacaram Goiânia (-2,47%) e Natal (-3,88%). No período anual, foi anotado barateamento em todas as cidades. As taxas variaram de -0,71%, Porto Alegre, -20,60%, em Goiânia, o que mostra que o feijão está mais barato agora comparado com setembro do ano passado. Colhidas as duas principais safras, a oferta está garantida até o final do ano.
Arroz
O arroz subiu em dez capitais, mais acentuadamente em Porto Alegre (11,61%), seguido
de Manaus (2,69%). Em Belo Horizonte, Fortaleza e Florianópolis não houve alteração mensal
no preço do produto. Outras quatro capitais baratearam o preço, como se constatou em Aracaju (-2,14%). Nos últimos 12 meses, o produto barateou em 16 cidades, com destaque para Salvador (-17,60%), João Pessoa (-12,46%) e Fortaleza (-10,47%), enquanto em Aracaju os preços permaneceram estáveis.
Tomate
O tomate barateou em todas as 17 capitais e as taxas negativas foram maiores em Natal
(-29,58%), e João Pessoa (-17,82%); e menores em Salvador (-2,18%) e Manaus (-2,22%).
Entretanto, na comparação com o mês de setembro de 2010, o tomate está bem mais caro hoje. As taxas são altas, variando de 20,80% em Aracaju até 84,00% em Belo Horizonte. O principal fator responsável pelo aumento foi a seca, que deixou um volume baixíssimo de água no solo, após frio e geadas.
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