ECONOMIA
Valor da safra agrícola na Paraíba deve ultrapassar R$ 1 bi em 2011
Para o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Fundação Getúlio Vargas e Companhia Nacional de Abastecimento.
Publicado em 19/03/2011 às 9:14
Jean Gregório
Com previsão de chuvas regulares no inverno, o Valor Bruto da Produção (VBP) da lavoura paraibana deve ultrapassar R$ 1 bilhão em 2011, projeta o estudo elaborado pelo Ministério da Agricultura. O crescimento previsto de 83,4% sobre o montante do ano passado (R$ 561,6 milhões) é recorde para o setor e destaque entre os Estados do Nordeste. A Paraíba apresentou o segundo aumento expressivo no VBP da Região, ficando atrás do Ceará, com ganho estimado de 94% (R$ 2,3 bilhões), enquanto o Maranhão, com alta de 29,4%, deve atingir rendimento bruto de R$ 1,1 bilhão.
No Estado, a produção do feijão, cana-de-açúcar e banana vai concentrar mais de 82% da estimativa do ganho para este ano. Pelos cálculos do Ministério, o feijão deve liderar a alta com R$ 349,3 milhões, seguido de perto pela cana-de-açúcar (R$ 343,9 milhões), enquanto a banana ficou na terceira colocação com o ganho de R$ 152,8 milhões. Já o milho (R$ 64,1 milhões) e a mandioca (R$ 62,7 milhões) completam a lista dos maiores valores da safra este ano. Os maiores crescimentos, em valores projetados pelo ministério, serão nas culturas do feijão (11,2 vezes maior), do milho (8,2 vezes maior) e da mandioca (65,8%).
Para o coordenador do Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, a projeção é de que em 2011 haverá a maior safra de grãos da história do país e em diversas unidades da federação como a Paraíba. “No país, serão 154 milhões de toneladas e os preços dos produtos agrícolas em ascensão provocam um efeito direto no valor bruto da produção”, afirma. De acordo com os dados preliminares do IBGE, a safra da Paraíba será de 376 mil toneladas no Estado, o que representa 13,5 vezes maior que a do ano passado, quando os produtores sofreram com uma forte estiagem.
Gasques revela que “um diferencial importante entre o resultado de 2011 e o de 2010 é a recuperação do valor bruto da produção do algodão, do milho e da soja ocasionado, principalmente, pela valorização dos preços desses produtos”, analisa Gasques. Entre os produtos que não terão resultado favorável este ano estão a cana-de-açúcar, a cebola, a batata e o cacau.
“Um diferencial importante entre o resultado de 2011 e o de 2010 é a recuperação do valor bruto da produção do algodão, do milho e da soja ocasionado, principalmente, pela valorização dos preços desses produtos”, analisa Gasques. Entre os produtos que não terão resultado favorável este ano estão a cana-de-açúcar, o trigo, a cebola, a batata e o cacau. No caso da Paraíba, a banana também sofrerá queda de 15%, mas a cana-de-açúcar com a maior produção terá compensação do preço e um aumento de 31% em seu valor, com base neste mês de março.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa), Mário Borba, disse que o estudo “ainda é uma projeção do ministério. Como o inverno começou há dois meses no Sertão, não temos como afirmar se esse valor será atingido, pois há outras variáveis que poderão influenciar negativamente como a inadimplência dos agricultores e a disponibilidade do crédito para o setor. Outros fatores, como a situação de algumas rodovias e assistência técnica, podem afetar os custos da produção”, ponderou.
Elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica, o Valor Bruto da Produção é calculado com base na produção e nos preços praticados no mercado das 20 maiores lavouras do Brasil. O valor é correspondente à renda dentro da propriedade e considera as plantações das culturas. Segundo a assessoria, mensalmente o Ministério da Agricultura divulga a estimativa do valor da produção agrícola para o ano corrente. Esse valor pode ser corrigido, conforme alterações de preço e previsão de safra anunciados ao longo do ano.
Para realizar o estudo, são utilizados dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
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