ECONOMIA
Varejo tem nova desaceleração
Dados do IBGE mostram que não houve variação no volume de vendas de junho a julho; especialistas apontam quadro de estabilização.
Publicado em 14/09/2012 às 6:00
A taxa de volume de vendas registradas em julho, de apenas 4,7% no varejo paraibano, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta para uma tendência de desaceleração e de um quadro de estabilização, segundo avaliações de especialistas do setor, que ressaltam a alta consideravelmente inferior ao constatado nos anos anteriores.
Segundo o IBGE, não houve variação no volume de vendas de junho a julho deste ano. Já o país registrou alta de 1,4%.
Na comparação com as taxas do ano passado, o quadro de desaceleração é mais visível. Em julho de 2011, a taxa atingiu 10,2%. O índice de julho deste ano coloca a Paraíba na sétima posição do Nordeste em volume de vendas e no 21º lugar do país. Em 2011, porém, a taxa de julho deixou o Estado como o segundo maior em vendas da região e o quarto melhor colocado do Brasil. “Na realidade, essa retração está acontecendo no país todo devido à crise mundial que acaba nos afetando também.
Temos que lembrar ainda que estamos em ano de eleição, o que atrapalha um pouco as vendas, e o consumidor também está mais cauteloso, controlando melhor os gastos devido ao alto endividamento da classe C. As pessoas costumam comprar muito a prazo e isso acabou aumentando os índices de inadimplência”, justificou o analista de varejo do Sebrae-PB, Fábio Jorge.
O crescimento no número de inadimplentes na Paraíba também é lembrado pelo consultor de varejo Jairo Pontes, que afirma ser essa uma consequência do aumento do poder de compra da população. “Os paraibanos tiveram uma alta real no seu poder de compra e, por isso, acabaram gastando muito ao longo do ano e até mesmo em 2011, o que gerou dívidas. Além disso, muitos produtos mais básicos, bens duráveis em geral, já foram adquiridos e a quantidade de consumidores não cresceu. O momento agora é de uma estabilização ou queda”, explicou.
NO ACUMULADO DO ANO
Já o acumulado dos sete primeiros meses do ano apresentou uma alta de 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado, índice inferior ao encontrado no primeiro semestre, que foi de 9,7%. Quanto à segunda metade do ano, a estabilização deve permanecer, com um leve crescimento nos últimos meses.
“Devemos fechar o ano com um incremento de, no máximo, 5%. No geral, a tendência é de que haja um leve crescimento, devido às festas de dezembro, mas nada comparado aos anos anteriores”, aponta Jairo Pontes. Em 2011, a Paraíba cresceu 14,3%.
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