ECONOMIA
Vendas caem no comércio de Mangabeira
Paralisação dos ônibus e paradas por conta dos jogos do Brasil, algumas lojas regostraram queda de 60% na receita.
Publicado em 09/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 16:27
Desde o início do ano, muitos segmentos do comércio de João Pessoa vêm enfrentando retração e nem mesmo as lojas localizadas em bairros como Mangabeira, bairro mais populoso da capital, escaparam da crise. Com o jogo do Brasil realizado na tarde de ontem, aliado à paralisação parcial dos motoristas de ônibus urbanos, a queda na receita chegou a 60% em determinados locais, comparado a um dia normal. No semestre, há lojista anunciando redução na receita de 30% em relação a 2013.
Este foi o caso da unidade da Eletro Shopping, de Mangabeira.
A gerente, Silvana da Silva, contou que na segunda-feira, quando a suspensão dos transportes públicos foi total, a redução no fluxo de clientes chegou a 70% e ontem a situação foi um pouco melhor. “Em junho nossa situação foi melhor, tivemos alta de 25% nas vendas em relação ao ano passado. Início de mês é onde mais recebemos clientes. Por isso já dá para avaliar a situação deste mês, que já registramos 30% de queda comparado a julho de 2013”, confessou.
Mesmo situado em um dos bairros mais populosos de João Pessoa, o comércio de Mangabeira atende clientes de diversas localidades como Cruz das Armas e Valentina Figueiredo. Por isso a falta de ônibus interferiu na receita dos lojistas. No jogo da Seleção brasileira muitos estabelecimentos fecharam pelo menos uma hora mais cedo, o que também representou menos vendas.
A proprietária da loja de calçados e acessórios Kital Modas, Gerlane Ponceleon, destacou que a previsão de baixa no número de clientes ontem foi de 20%. “Não sei o que está acontecendo com o comércio este ano. Nos últimos seis meses acredito que enfrentamos queda de 20% sobre o mesmo período de 2013. E num dia de jogo do Brasil e greve de ônibus o prejuízo também ficou no mesmo índice”, desabafou a empresária.
Somente segmentos isolados estão otimistas em relação ao incremento do faturamento. O dono da loja Raminha Confecções, Dionísio Tavares, frisou que não está sentindo o período de baixa. Mas confessou que a falta do serviço de transporte público influenciou negativamente a rotina do estabelecimento. “Vendo peças voltadas para a Copa do Mundo e há oferta de produtos do tamanho GG ao 54, que são difíceis de encontrar no mercado. Tenho clientes de bairros distantes como Cruz das Armas, Mandacaru e Jaguaribe. Então com o período da Copa do Mundo temos uma alta de 30% nos dias de jogos da Seleção Brasileira. A greve dos ônibus, porém, fez com que a queda nas vendas chegassem a 20%”, explicou.
A dona de casa Mirtes Gomes, moradora do bairro Valentina Figueiredo, estava na manhã de ontem no comércio de Mangabeira procurando peças de vestuário para a filha, nas cores verde e amarelo. “Prefiro vir pela manhã para ficar em casa na hora do jogo. Na segunda-feira, por conta da paralisação dos motoristas, não saí de casa”.
AVALIAÇÃO DA CDL-JP
O vice-presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Nivaldo Vilar, contou que em dias de jogo do Brasil há sempre redução no fluxo de clientes no comércio. E este quadro, aliado à paralisação dos motoristas dos transportes coletivos da Grande João Pessoa, acentua a situação.
Análise da Notícia
Por: Henrique Rossoni
Consultor de vendas e marketing
A situação atual do comércio pessoense, que enfrenta período de retração, vive uma incógnita com relação ao desempenho a curto prazo. Os jogos da Seleção Brasileira no mês de junho causaram retração em alguns setores porque as pessoas se empolgaram com o Mundial e adiaram muitos planos de compra. Para ele, o consumo deve ser retomado no pós Copa, caso o Brasil seja campeão. Mas se perder cria-se uma onda pessimista e a retração pode continuar. Mas deverá ser passageira.
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