ECONOMIA
Vendas de automóveis têm 1º recuo
Vendas totais alcançaram 5.485.671 unidades em 2013, que equivale a queda de 2,29% sobre as 5,586 milhões vendidas em 2012.
Publicado em 04/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 22/05/2023 às 12:41
As vendas de veículos e comerciais leves caíram em 2013 - a primeira queda em dez anos. No ano passado, o total de automóveis emplacados no País, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foi de 3,576 milhões de unidades, um recuo de 1,61% em relação a 2012. No ano anterior, as vendas haviam somado 3,634 milhões de veículos.
Já as vendas de caminhões e ônibus cresceram 14,36% no mesmo período, de 167.298 unidades (dado atualizado) para 191.319 unidades e as vendas de motos caíram 7,44%, somando 1.515.689 unidades no ano passado.
As vendas totais, que englobam automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos, alcançaram 5.485.671 unidades em 2013, o que equivale a uma queda de 2,29% sobre as 5,586 milhões de unidades vistas em 2012.
DEZEMBRO
Segundo a Fenabrave, em dezembro, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves atingiram 335.948 unidades, baixa de 2,27% na comparação com as 343.739 unidades (dado revisado) de dezembro de 2012 e alta de 16,57% sobre o resultado de novembro de 2013. As vendas de caminhões avançaram 15,76% sobre igual mês do ano anterior e também registraram um crescimento de 23,82% sobre novembro, com a venda de 14.502 unidades.
Somados, caminhões e ônibus mostraram altas de 15,08% sobre dezembro de 2012 e de 21,58% sobre novembro de 2013. Os dois segmentos totalizaram 17.915 unidades vendidas em dezembro do ano passado. No caso das motos, houve crescimento de 1,87% dos emplacamentos sobre dezembro de 2012, para 140.587 unidades. A alta foi de 15,02% na comparação com novembro.
No total de dezembro - soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros veículos - as vendas de veículos chegaram a 510.808 unidades altas de 0,10% na comparação com igual mês de 2012 e de 16,03% ante novembro.
A despeito de o mês de dezembro ter sido positivo para a indústria automobilística, o setor não conseguiu recuperar a queda nas vendas registrada ao longo de 2013 e, com isso, fechou o ano passado com resultado negativo na comercialização de automóveis e comerciais leves depois de nove anos de incremento nas vendas.
A última vez que o segmento de automóveis e comerciais leves registrou queda nas vendas foi em 2003 ante 2002, com resultado negativo de 1,40%. Desde então, de acordo com os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o segmento só registrava resultados positivos.
Em 2013, a queda nas vendas de automóveis e comerciais leves chegou a 1,61%. No subtotal das vendas, que engloba ainda caminhões e ônibus, a queda é de 0,91%. No total de vendas de veículos, que conta ainda com motos, implementos rodoviários e outros, também foi registrada queda, de 2,29%.
Em outubro, em relação à expectativa de recomposição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para janeiro, a Fenabrave esperava um aquecimento nas vendas de automóveis e comerciais leves nos últimos meses do ano, capaz de equilibrar o resultado de 2013 para algo em torno de 1% positivo.
DESEMPENHO APONTA PARA NOVO PATAMAR
Depois de 6 anos batendo recordes históricos de vendas de automóveis e comerciais leves, a indústria automobilística terá de se preparar para um novo patamar nas vendas de veículos.
Os dados de 2013 divulgados ontem pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que no ano passado o segmento registrou a primeira queda em dez anos e o setor como um todo também recuou, apesar de altas importantes em vendas de caminhões e ônibus.
"Em 2013 tivemos a redução da alíquota do IPI para automóveis, senão poderia ter sido bem pior, a limitação extremamente forte da concessão de crédito para compra de motos e as vendas de caminhões favorecidas pelo financiamento PSI e pelo volume considerável de safra no ano", resume Alarico Assumpção Júnior, presidente executivo da Fenabrave.
"O IPI ajudou sem sombra de dúvida, porém o efeito não foi na grandeza como foi no passado. Não é que o número (de vendas) não seja preocupante, é um número menor, porém ainda é uma base alta", completou Assumpção, que vê os números como um resultado dentro da normalidade.
A consultora Tereza Fernandez, da MB associados, que assessora a Fenabrave, avalia que o setor viverá, nos próximos 10 anos, uma realidade distinta da década passada.
"Nos últimos 10 anos a venda de automóveis cresceu a uma média de 10% ao ano. Isto é insustentável em qualquer lugar do mundo", aponta. A projeção para o próximo ciclo, de 2013 a 2014, é de crescimento médio de 3% ao ano no segmento. "Se confirmarmos esse crescimento médio, nos próximos dez anos vamos dobrar a frota de automóvel no Brasil, ainda é um crescimento bem significativo", calcula.
"O que se dizia é que em 2017 iríamos negociar 6 milhões de carros. Mas seis milhões de carros em 2017 era um sonho. Há uma diminuição, mas hoje a base é outra", completou a consultora.
Mesmo com o resultado mais fraco das vendas, o ano de 2013 ainda é o primeiro melhor para venda de ônibus, o terceiro melhor ano em volume de vendas de caminhões e o segundo melhor em automóveis e comerciais leves - neste último caso perdendo apenas para 2012, quando foram vendidas 3,634 milhões de unidades.
FENABRAVE PREVÊ CENÁRIO ESTÁVEL EM 2014
A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) decidiu fazer previsões para o ano de 2014 considerando dois cenários distintos. No primeiro, mais otimista, a estimativa é de que 3,575 milhões de automóveis e comerciais leves sejam vendidos em 2014 no País, o que representaria uma estabilidade sobre o total de veículos emplacados em 2013. Esse cenário mais favorável considera um ano calmo, com inflação que não indique que vá ultrapassar o teto da meta, de 6,5%, e câmbio que não avance o patamar de R$ 2,50.
Já as vendas de caminhões e ônibus, que cresceram 14,36% em 2013, para 191,319 mil unidades, devem subir 5,73% em 2014, para 202,275 mil unidades no melhor cenário. O emplacamento de motos tende a atingir 1,515 milhão de unidades, estabilidade em relação ao ano passado. O pior cenário das previsões considera um ano com maior volatilidade, por questões internacionais e pela situação típica brasileira deste ano, com Copa do Mundo e eleições. Nesse caso, a estimativa é de que 3,450 milhões de automóveis e comerciais leves sejam vendidos em 2014 no País, o que representaria queda de 3,50% sobre o total de veículos emplacados de 2013.
Também no cenário menos favorável, a venda de caminhões e ônibus neste ano subiria 1,63%, para 194,436 mil unidades, enquanto a venda de motos cairia 4,50%, com venda de 1,447 milhão de unidades.
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