ECONOMIA
Vendas fracas reduzem inadimplência em JP
Capital paraibana registrou 1.888 consumidores com o nome sujo no mês passado contra os 3.141 devedores no mesmo período de 2013.
Publicado em 03/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:08
A fraqueza nas vendas do comércio contribuiu para a queda de 39,89% na inadimplência no mês de junho em João Pessoa. A capital paraibana registrou 1.888 consumidores com o nome sujo no mês passado contra os 3.141 devedores no mesmo período de 2013. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito de João Pessoa (SPC)
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou crescimento fraco no varejo da Paraíba nos quatro primeiros meses deste ano em que se obteve alta de apenas 3,8% nas vendas até maio contra os 9,6% de expansão percebida no mesmo período do ano passado.
O presidente em exercício da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado da Paraíba (FCDL-PB), José Lopes da Silva Neto, acredita que o menor ritmo das compras influenciou na queda da inadimplência. “Essa redução nas vendas está presente em quase todos os segmentos do varejo. Em junho, a retração no consumo deverá ser de 3% ou 4% sobre o ano passado”, contou.
No mês passado, 1.207 pessoas tiraram o nome do SPC, enquanto que em junho do ano passado foram 1.647 consumidores, o que representa uma queda de 26,71% este ano.
CDL-JP DISCORDA
Já o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), Eronaldo Maia, discorda que a queda no endividamento tenha influência da retração da economia.
Segundo ele, a redução no número de devedores está relacionada à reabilitação de crédito das pessoas, que ao longo dos anos ganharam poder aquisitivo. “E com isso elas organizam as finanças e compraram mais à vista.
Em João Pessoa também houve redução de 16% no número de devedores no acumulado dos seis meses deste ano, fase em que foram computados 12.599 inadimplentes contra os 15.108 no mesmo período em 2013.
Já a quantidade de consumidores excluídos do SPC de janeiro a junho deste ano foi de 8.110. No ano anterior foram registradas 9.177 pessoas, uma queda de 11,62% em 2014.
“Em junho costuma se gastar muito e não saberemos se este quadro de redução da inadimplência vai se repetir no próximo mês”, afirmou o presidente do SPC de João Pessoa, Lindenbergh Vieira.
A consumidora Carina Silva descobriu recentemente que estava com o nome sujo desde 2012. A notícia chegou quando ela foi tomar empréstimo no banco.
“Estou inadimplente por causa de uma dívida de R$ 40 referente a serviço de internet, mas não sabia disso, até porque estou comprando menos no comércio. Dinheiro está difícil. Agora vou correr para limpar o nome”.
INADIMPLÊNCIA CRESCE 15% EM CG
Em Campina Grande, a inadimplência cresceu 15% em junho, registrando 1.257 devedores contra os 1.090 pessoas do mesmo mês em 2013. Já no acumulado do ano houve queda de 12,51% na lista de pessoas com o nome sujo na praça. De janeiro a junho deste ano foram 7.242 devedores e em 2013 foram 8.278 segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campina Grande (CDL-CG).
No mês passado, 659 pessoas conseguiram reabilitar o crédito na Rainha da Borborema, o que representou queda de 11% sobre o ano passado (743 pessoas).
No acumulado do ano houve também redução na quantidade de pessoas que conseguiram limpar o nome. Foram 4.095 consumidores contra os 4.265 em 2013, baixa de 3,98%.
O presidente da CDL-CG, Tito Motta, lembrou que a inadimplência de junho cresceu menos do que a de maio (38%), mas que ainda está em expansão. De acordo com ele, a inflação diminui o poder de compra dos paraibanos, fazendo com que ele enfrentassem perda da massa salarial. “Essas pessoas vinham num ritmo maior de crescimento de renda e consumo, mas com a inflação vivem a perda do poder aquisitivo e ficam inadimplentes”, frisou.
Tito Motta destacou que a própria economia está andando em ritmo lento este ano e isso se percebe em outros setores como, por exemplo, a construção civil que está prosperando em patamares menores do que 2013.
“Tradicionalmente as vendas no varejo no mês de junho em Campina Grande dobram. É um segundo Natal para os lojistas.
Mas este ano não vamos ter este quadro. Não é que foi ruim, é que todo ano a base de expansão é muito boa, então acredito que em 2014 o número de vendas deve ser o mesmo do ano passado”, comentou.
O presidente da CDL-CG argumentou ainda que a Copa do Mundo tirou o foco das festas juninas na cidade e também contribuiu para a retração nas vendas em junho. “Quando tem jogo do Brasil o comércio fecha bem antes e a cidade fica esvaziada. É um turno perdido de vendas”.
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