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EDUCAÇÃO

Caligrafia perde importância e alunos têm dificuldade na escrita

Cada vez mais é possível encontrar jovens alfabetizados, mas que têm dificuldade de escrever à mão de forma legível.

Publicado em 18/09/2011 às 6:30

Camila Alves

Ryan de Morais Correia, de apenas 6 anos, já domina a letra cursiva (à mão). A mãe dele, a cabeleireira Patrícia de Morais contou que desde o Infantil I ele começou a treinar as letras em cadernos de caligrafia e também recebeu o incentivo em casa. Atualmente, na primeira série do ensino fundamental, Ryan não tem dificuldades para escrever com a letra mais redondinha.

“Ele faz sem problemas nenhum, ele tem uma caligrafia muito boa porque a escola em que estuda pede muito isso”, justificou a mãe. Entretanto, a tradição e o incentivo ao ensino da letra cursiva, que fazia com que os alunos dispendessem horas treinando no caderno de caligrafia para ter uma letra legível, tem sido abandonada por muitas instituições.

Em contrapartida, a letra de forma vem ganhando espaço. A polêmica divide opiniões de pais e educadores. A cabeleireira Patrícia de Morais opina que “a criança deve dominar as duas áreas, tem que conhecer de tudo um pouco. Só escrever com letra de forma é horrível”. A mesma visão é adotada no colégio Interativo, em João Pessoa, onde a escrita à mão é tida como prioridade.

Conforme a vice-diretora pedagógica da instituição, Rosângela Moreno Guerra, as crianças treinam a escrita no caderno de caligrafia tradicional, no quadro e ainda de forma lúdica, através de brincadeiras e jogos de escrita.

“Na fase da alfabetização as crianças estão desenvolvendo as capacidades motoras e a letra cursiva ajuda nesse processo. O traçado dela é mais simples, os rabiscos mais fáceis, de forma que dar maior liberdade ao ato da escrita”, disse ela, comentando que desde o Infantil II os alunos do Interativo começam a ter a percepção tanto da letra de forma quanto da cursiva.

Para discutir essas e outras questões ligadas à educação e tecnologia, o JORNAL DA PARAÍBA inicia hoje uma série de reportagens sobre o tema.


Pedagogos divergem sobre qual tipo de letra ensinar

Para a pedagoga Aline Maria Barbosa, a letra de bastão (de forma) é mais rápida para os alunos assimilarem, embora o ensino da cursiva também seja importante. Ela considera que a cartilha para os alunos treinarem a caligrafia está ultrapassada.

“Acredito que as escolas devem iniciar os alunos primeiramente na letra de forma, que é a mais adequada para a educação infantil. Depois, no primeiro ano do fundamental já deve ser inserida a cursiva, já que essa letra está em todos os lugares que os alunos veem”, declarou.

Ainda segunda ela, “nas instituições com métodos mais novos não se usa mais a caligrafia, pois os alunos aprendem sem precisar treinar na cartilha”, comentou, acrescentando que no município onde mora: Pedras de Fogo, as escolas já utilizam o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa).

“Trabalhamos com a proposta da letra bastão, fazendo um trabalho de reflexão da escrita. Não ensinamos o 'be-a-bá', mas as palavras em conjunto”, completou Aline Maria.

Espaço para escrita profissional

O treino e o dom de uma boa escrita podem trazer benefícios e chegam ao patamar profissional. Isso porque, os detentores dessa habilidade podem ganhar dinheiro com a 'letra bonita', como acontece com a calígrafa e artesã Stefany Miranda, de 25 anos.
Ela revelou que, após ficar desempregada, buscou na internet novas oportunidades de emprego, até se identificar com a profissão de calígrafa, a qual desenvolve há quatro anos. “Aprendi sozinha, fui atrás de apostilas, letras, descobrindo como fazer e aprimorando”, contou Stefany.

Além da vontade de aprender, Stefany também teve base. “Antes de entrar na escolinha minha mãe já me ensinou a escrever, comprou caligrafia infantil e assim eu fui aprendendo. Quando entrei na escola minha letra já era mais redondinha”, detalhou.

Hoje, Stefany trabalha escrevendo em convites de casamento, 15 anos, festa infantil, diploma, entre outras festividades que “requerem glamour. Sempre me diziam que a minha letra era bonita, mas eu nem sonhava que podia ganhar dinheiro com isso”.

Computador influencia o ato de escrever

Computadores, tablets, celulares, MP3, toda essa aparelhagem eletrônica é inserida cedo na vida das crianças que nascem na era da tecnologia e preferem a praticidade. Eles deixam a caneta e o papel de lado: fazer trabalhos ou até redações de forma escrita tem se tornado cada vez mais raro.

E tudo isso pode contribuir para o desenvolvimento de uma letra menos legível e até de uma escrita ainda mais coloquial. Ainda assim, a pedagoga Aline Maria Barbosa opinou que essa interferência 'tecnológica' não chega a ser desastrosa. “A internet também é uma forma de ajudar na escrita, desde que se faça de forma correta, sem abreviações na hora das conversas”, apontou.

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Jornal da Paraíba

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