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EDUCAÇÃO

Dificuldade de acesso à escola atinge 20% dos brasileiros

Percentual representa 14,1 milhões de brasileiros com mais de 15 anos (9,7% da população) que não sabem ler nem escrever e mais de 38 milhões de analfabetos funcionais.

Publicado em 22/01/2012 às 15:00

Apesar do empenho dos atores do processo de melhoria da educação básica em todo o país, dificuldades no acesso às unidades de ensino, de apoio da família e financeiras são apenas alguns dos empecilhos apontados como os vilões do ensino.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de analfabetos funcionais chega a 20,3% no Brasil.

O percentual representa 14,1 milhões de brasileiros com mais de 15 anos (9,7% da população) que não sabem ler nem escrever e mais de 38 milhões de analfabetos funcionais, incapazes de entender um texto mais complexo que um bilhete simples. O índice é 4,1 pontos percentuais menor que o de 2004 e 0,7 ponto percentual menor que o de 2008.

Diretora da escola estadual João Batista de Melo, no bairro de Mangabeira I, há pouco mais de nove meses, Sônia Maria da Silva Santos afirma que apesar de a procura de jovens e adultos para se matricular nas turmas do EJA na escola ser muito grande, o desinteresse ao longo do curso, a falta de disciplina e o material inadequado acabam reduzindo o número de concluintes.

“O programa tem uma finalidade boa, mas o material fornecido às escolas é o mesmo destinado aos alunos do ensino regular.

Sabemos que o professor não terá condições de dar o conteúdo por completo e por isso a apresentação dos assuntos deve ser bem corrida. Grande parte do aprendizado vai recair sobre o aluno”, explica Sônia Maria.

Segundo a diretora, essa contrapartida do aluno para buscar o complemento fora da sala de aula deve fazer com que muitos abandonem os estudos ao longo do ano. “Ano passado houve uma queda de 20% na reta final das aulas. Esse número é um pouco alto também porque alguns jovens entram apenas de olho na carteira de estudante, abandonando assim que as recebe. Ao final sobram apenas os adultos, em maioria de idosos”, comenta.

A aposentada Maria José, 70 anos, descobriu o mundo das letras a menos de um ano. Analfabeta funcional, filha de agricultores da zona rural do município de Cajá, na Paraíba, logo cedo trocou o lápis e papel pela enxada e os afazeres domésticos. Sua realidade não havia tempo para educação e lazer.

Somente após a viuvez, há menos de um ano, é que ela encontrou a oportunidade já não mais sonhada. Com a solidão da casa vazia, tempo ocioso e a vergonha de depender constantemente dos vizinhos para ler algo de seu interesse, levou a dona de casa a investir na educação.

“Só agora que estou vivendo. Nada como a liberdade e a independência para desfrutar as alegrias da vida. Esse foi o jeito que encontrei para vencer a solidão, desde que meu marido se foi”, comenta a dona de casa.

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Jornal da Paraíba

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