Ensino superior cresce 250% e chega a todas as regiões da PB

Jacqueline Santos
Do Jornal da Paraíba

Fala-se muito no crescimento, na implantação de universidades e nos resultados que a expansão traz, como a qualidade no ensino e o aumento de profissionais no mercado, que nem sempre está apto para comportar a demanda. O fato é que esse acréscimo tem facilitado a vida de quem pretende fazer o terceiro grau. Com o processo de interiorização, os estudantes paraibanos, que antes precisavam se deslocar para as cidades principais, como João Pessoa e Campina Grande, já contam com faculdades vizinhas aos municípios de origem. Os números da expansão chegam a 250% entre os anos de 2001 e 2009, segundo dados do Sebrae.

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Projetos de ampliação como o Reuni, que veio com força para alavancar o ensino superior público e o salto na quantidade de faculdades privadas nos últimos anos, são pontos favoráveis aos alunos que não pretendem deixar sua cidade natal, pelo menos durante o período de estudo, que demanda muitos recursos, como mensalidade, transporte e material, como livros e fotocópias.

O fenômeno de evolução das universidades é sentido no dia a dia dos estudantes e comprovado pelos órgãos oficiais. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontou um aumento de 100% no número de instituições de ensino superior na Paraíba em apenas seis anos. A Sinopse Estatística do Censo da Educação Superior de 2007 divulgou, entre diversos dados, que entre 2001 e 2007, o número de escolas subiu de 16 para 32. Quando a comparação parte de 1991 até 2007, o salto é de quatro vezes mais, ou seja, passou de oito para 32 universidades.

O número, no entanto, fica bem abaixo da realidade atual. Segundo levantamento da equipe do Sebrae, responsável pelo projeto Desafio Sebrae (o qual busca desenvolver o espírito empreendedor nos estudantes universitários), existem pelo menos 56 universidades públicas e privadas em toda a Paraíba. Considerando os dados do Inep, houve um acréscimo de 250% entre 2001 e 2009. Somente entre 2008 e os primeiros meses deste ano, o Estado recebeu 24 novas faculdades. Esse montante foi baseado em uma pesquisa realizada pela entidade em março deste ano.

De acordo com Márcio Caniello, professor da Universidade Federal de Campina Grande, que atuou como secretário de projetos estratégicos do Plano de Expansão Institucional, com o avanço, todas as regiões paraibanas já contam com faculdades de ensino superior. A pesquisa do Inep mostra, ainda, que as vagas, acompanhando a tendência de criação de novas faculdades, tiveram um crescimento de 243% em 16 anos (período considerado na pesquisa do órgão vinculado ao Ministério da Educação e Cultura – MEC).

Em 1991, foram contabilizadas 8.193 vagas, contra 28.074 existentes nas escolas superiores em 2007. Ainda no Estado, o volume de cursos implantados nesse espaço de tempo passou de 95 para 255, o que equivale a um aumento de 168%.

As principais instituições de ensino superior na Paraíba são exemplo de que as chances para os paraibanos concluírem um curso de graduação alcançam índices cada vez maiores. A Universidade Federal da Paraíba, a que abriga a maior parte de universitários do Estado, comemora a expansão em todos os campi. O projeto de expansão da UFPB prevê que ela dobre de tamanho nos próximos dois anos. Até 2012, o número de alunos passará de 21 mil para 39 mil estudantes realizando o sonho de entrar na faculdade.

A Universidade Estadual da Paraíba, que tem grande abrangência principalmente para pessoas que residem em cidades do interior do Estado, não está isenta do crescimento que tem acompanhado as faculdades nos últimos anos. De acordo com a reitora Marlene Alves, a UEPB passou por um processo de expansão em 2006, em que três novos campi foram construídos. Os beneficiados foram os estudantes da região de Patos, Monteiro e também da capital. Nesses locais, a direção tem investido na ampliação das instalações.

Ao longo dos últimos sete anos, a Universidade Federal de Campina Grande, que iniciou a trajetória com o desmembramento da UFPB em 2002, ampliou de 29 para 55 cursos, o que representa 89,6% de aumento. A expectativa, segundo Márcio Caniello, é de que no próximo ano haja um incremento de cinco novos cursos, resultando em 60. Dos cinco novos campi que estavam previstos na instituição, três foram inaugurados (Cuité, Pombal e Sumé).

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