Sem Fies, estudantes procuram outras formas de financiamento

Concluir a graduação, ou pós-graduação, em uma universidade privada pode ser uma dor de cabeça e tanto para estudantes e suas famílias. Depois da confusão com as inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no início do ano, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) anunciou uma nova etapa do programa no segundo semestre, com novas regras que limitam ainda mais as vagas e incluem aumento na taxa de juros. Enquanto isso, os estudantes que não têm condições de bancar a própria universidade continuam com futuro incerto.

É o caso do estudante de Direito Felipe Almeida, de 18 anos. Ao ser aprovado em uma universidade particular no início do ano, ele efetuou a matrícula para garantir sua vaga e iniciou o curso porque estava confiante que conseguiria o Fies. “Tentei até o último dia e não consegui. No início, o site estava muito lotado e lento, depois o site até funcionou, só que apareciam uns lotes que acabavam muito rápido. Além disso, nos últimos lotes não tinha mais vagas para Direito”, contou.

Aí veio o medo de ter que abandonar o curso, já que o estudante estava com todas as mensalidades do semestre em aberto. “Pesquisei se havia outras possibilidades, abatimentos, outras condições, vi que teria que partir para outra coisa”, disse ele. O estudante acabou optando por contratar o PraValer, um tipo de financiamento universitário privado, no qual o aluno precisa pagar apenas a metade das mensalidades.

Com isso, ele espera quitar a dívida. “Pagar a metade da mensalidade ainda é pesado, mas é possível, pagar integralmente era impossível pra mim”, comentou. Apesar disso, seu futuro na universidade ainda é incerto. “Contratei o PraValer para pagar minha dívida, mas para continuar, além de pagar a dívida do semestre anterior, terei que pagar as prestações do novo semestre. Ainda não sei como vou fazer”.

Felipe Almeida contou que ainda não desistiu totalmente do Fies, mas não quer confiar nas novas vagas, que são poucas e talvez não contemplem seu curso. A opção de tentar novamente ingressar em uma universidade pública também passou pela cabeça do estudante, mas ele argumenta que não conseguiria se manter na universidade e estudar para uma nova prova do Enem ao mesmo tempo.

“Eu teria que parar tudo só para estudar, e não há garantias de que eu iria passar porque durante o ensino médio passei dois anos focado nisso e ainda assim não consegui. A concorrência é muito alta e muitas vagas vão para as cotas”, disse. Mesmo com todas as dificuldades, Felipe ainda espera encontrar uma solução para o seu problema sem ter que desistir do curso, que é o que sempre quis.