ESPAÇO OPINIÃO
Tarifaço de Trump é navalha na carne
Por Jurandir Eufrauzino, advogado tributarista
Publicado em 04/08/2025 às 9:57

A gigante brasileira no segmento da proteína animal, a JBS é, por certo, a empresa mais afetada com o tarifaço americano.
Instalou-se na Terra de Tio Sam após tornar-se um conglomerado que já não cabia mais no Brasil.
Foi à América e investiu lá fora, com força, para galego ver e se admirar como num filme de Hollywood.
Pois bem, a JBS já sendo uma mega empresa em território americano, então pactuou com os EUA que pagaria uma tarifa regular de importação de 10% sobre sua importação vinda do Brasil para uma cota estabelecida e se submeteu a uma outra tarifa, de 26,5% para uma extracota.
Agora se encontra sujeita a um tarifaço de 76,5 na importação da proteína animal que compõe muito bem o food do consumidor norte-americano.
76,5% pode ser uma tarifação do “pânico econômico geral”. Mas, pode ser o ansiolítico para eles e para nós, brasileiros.
Não dá para se honrar um tarifaço de 76,5 %, mas, também, não se é possível viver, lá, somente com o gado do Texas, Ohio e Missouri.
Se a JBS optar por aumentar a sua produção em território americano, fugindo do tarifaço, a volatilidade de suas ações lhe será um açoite, com certeza .
Se redirecionar mercado, viverá um período de pântano, pois o mercado de proteína exige muito mais que um novo “chão de fábrica”.
Nosso futuro está, em parte, nas mãos da JBS que pode nos ajudar . Ajudar sem as práticas não ortodoxas que fizeram dela um “gigante mundial”.
Moral da história: a consertação dessa atual crise econômica global, com muita gente já se “ajustando” e nós, os brasileiros em sentido contrário, deve ser protagonizada por quem trabalha, os empresários. Se confiarmos nosso sucesso aos políticos, estaremos perdidos .
No caso da proteína animal os empresários brasileiros conhecem a rota do “caminho das índias”, que , felizmente não passa por Iram, Venezuela, Nicarágua, e Rússia .
Os brasileiros da JBS conhecem a rota passando pela China, que, pasme-se, não se configura nenhum “Canal de Panamá” para a paz econômica BR-Eua. Em 2025 projetávamos uma exportação de carne para os governados pelo laranjão na ordem de US$ 1,50 bilhão.
Neste momento, assustaria, ameaçam-nos de exportar penas o mugido.
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