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ESPORTES

'Ainda sou dependente do tênis', diz Gustavo Kuerten

Aposentado há mais de dois anos - desde fevereiro de 2008 -, o tenista dá para os fãs uma boa notícia: a de que vai continuar ligado ao tênis.

Publicado em 23/05/2010 às 11:57

Do Estado de São Paulo

Começa hoje o Grand Slam que é provavelmente o mais popular do público brasileiro: Roland Garros. E, para a torcida, o torneio está diretamente ligado a Gustavo Kuerten, que neste ano comemora 10 anos de seu bicampeonato nas quadras de Paris - depois virou tri em 2001. Aposentado há mais de dois anos - desde fevereiro de 2008 -, o tenista dá para os fãs uma boa notícia: a de que vai continuar ligado ao tênis.

O trabalho de Guga nos bastidores já tem recebido reconhecimento. No dia 1.º de junho, o tenista receberá em Paris o troféu Philippe Chatrier, honraria já oferecida a John McEnroe e Martina Navratilova. O presidente da Federação Internacional de Tênis (ITF), Francesco Ricci Bitti, justificou a escolha do brasileiro "pelo seu mérito esportivo, trabalho filantrópico para pessoas necessitadas, envolvimento com a candidatura olímpica, enfim, por todo o seu exemplo".

Mas como está Guga? Fisicamente, o mesmo. Por dentro, começou a definir o rumo de seu futuro. Abaixo, os principais trechos da entrevista ao Estado, dada na quinta-feira, no ateliê do estilista Ricardo Almeida, que fará seu traje para a noite de gala.

Como fica o seu emocional quando chega Roland Garros? Sente saudade? Talvez um pouco de melancolia?

Não. Consigo ver a importância que tinha o momento. Fui feliz de ter vivido daquela forma. Não foram só os títulos em si, mas a maneira como eu vivi a experiência. Consigo visualizar como algo bom ainda hoje. Isso apaga qualquer possibilidade do sentimento da falta. Chegar a Roland Garros hoje ainda me faz bem.

Como tem sido a sua vida desde que parou de jogar tênis?

Quando parei estabeleci um ano de descanso. Foi bem interessante me afastar um pouco da minha rotina nos últimos 15, 20 anos, e me orientar melhor. Hoje as coisas mudaram completamente. Tive de parar a faculdade (de teatro), porque comecei a identificar projetos vinculados ao tênis que me atraem. Coisas que me fazem ter objetivos futuros - curto, médio e longo prazo. O Instituto GK (Gustavo Kuerten) tem hoje 60%, 70% da minha atenção. Trabalho bolando jeitos de ser mais eficaz, de ter mais crianças envolvidas. Quero interferir (no tênis) da mesma forma que antes, só que não mais dentro da quadra.

Então concluiu que quer continuar ligado ao tênis?

Não só querer. Ainda sou dependente do tênis. Parece que aquilo me atrai muito. É instigador, intrigante. Eu vejo muitos desafios. A gente ajuda muitas crianças seja com filantropia, seja alto rendimento. Existem meninos que a gente está ajudando há um, dois anos, disputando sul-americanos, se destacando já internacionalmente.

Mas o que você fez logo depois que parou? Existia uma infinidade de coisas que não podia experimentar enquanto estava jogando e, de repente, a oportunidade se abriu...

Foi um momento mais "pausado". Fiquei muito próximo da família. Viajei, no máximo, um ou dois meses por ano - coisa que não fazia havia duas décadas -, surfei bastante, fiz parte de um núcleo de estudo, uma experiência que eu não tive. Enfim, experimentei mais o real da vida, completamente distinto da velocidade que a gente vive no circuito (do tênis). Foi um momento de transição legal, mas percebi que ainda preciso de um pouco de velocidade.

E a vida pessoal?

É boa. Estou com mais tranquilidade, namorando há um ano a Mariana, que é fonoaudióloga. Hoje é mais fácil controlar esse lado. Hoje vivo mais próximo de um relacionamento - nunca vai ser igual ao dos outros porque minha figura foge um pouco disso - normal.

Como você está vendo o tênis atual? Como você vê (Roger) Federer e (Rafael) Nadal?

No caso do Federer fui contemporâneo dele. No de Nadal menos, porque ele estava muito no começo. Hoje percebo que é o confronto que talvez tenha faltado para as pessoas verem - um jogo meu contra o Nadal no saibro ia ser uma coisa bem interessante. Em qualquer lugar que eu vou as pessoas comentam...

Você acha o Nadal no saibro superior ao Federer?

Eu considero, de fora, o Federer um jogador mais completo, com mais chance de ser o número 1. Mas, quando um enfrenta o outro, o Nadal tem mais chance de ganhar. Porém, no circuito, se tu queres ser o melhor não é preciso ganhar apenas de um cara, mas de todos com maior frequência. O jogo do Federer, nesse aspecto, é mais completo. Mas, no confronto pessoal, o Nadal tem vantagem. Ele, no entanto, é um atleta que exige demais do físico. O Federer já não tanto e por isso é um cara que pode durar mais tempo no circuito.

E o Thomaz Bellucci?

Ele é muito bom em diversas características, as maiores delas são bem propícias ao tênis de hoje e parecidas com as minhas, que é o ser agressivo, sacar bem e ter bolas de definição - das quais ele vai precisar cada vez mais no nível em que está. Além disso, Bellucci tem qualidades pessoais boas que são tranquilidade e percepção de que tem muito pela frente.

E o Tiago Fernandes?

Tenho bastante contato com ele porque está com o Larri (Passos, seu ex-técnico e hoje sócio). Acho que além dele temos diversos meninos com potencial como o Tiago Monteiro e a equipe feminina que está no Campeonato Sul-Americano para 15 anos. O (Guilherme) Clezar também vem se destacando. Mais acima, na faixa dos 22 anos mas ainda jovem, temos tenistas como o João de Souza, o Feijão... Quero ressaltar que avalio não só talento na parte técnica, mas no perfil, na maneira de encarar o tênis, se a pessoa é boa.

Você parou precocemente por contusão. Hoje você vê o Nadal contundido, o Federer contundido, tenistas do feminino dando uma pausa e voltando... Não seria hora de o calendário do tênis ser repensado ou os atletas dosarem a quantidade de torneios para uma maior longevidade?

Os tenistas teriam de estar mais vinculados à entidade para tornar isso (mudar o calendário) viável, porque tudo é totalmente dependente da entidade (ITF). Os campeonatos já existem, não tem como deixar de jogar um Grand Slam ou um Master Series, que são os maiores desafios do tenistas. Ainda cabe um ajuste mais fino, mas já melhorou. Antes eu jogava final de Masters Series em cinco sets e hoje isso já não acontece mais (são três sets).

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Jornal da Paraíba

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