ESPORTES
Aniversário em campo e na cidade: Sousa celebra o clube e o povo no mesmo dia
Em 10 de julho, o Sousa EC completa 34 anos e o município chega aos 171. A relação entre time e cidade vai além do futebol.
Publicado em 10/07/2025 às 6:50
No Alto Sertão da Paraíba, há um laço que não se explica apenas com palavras. Sousa, a cidade, e Sousa, o clube, dividem o mesmo nome, as mesmas cores, a mesma origem. E, talvez o mais simbólico: o mesmo dia de nascimento. Neste 10 de julho, o município completa 171 anos. O Dinossauro, 34. É como se o clube fosse um filho que herdou não apenas o nome da terra, mas sua alma, seu espírito e sua vontade de ir além.
+ Sousa faz 34 anos em seu auge: bicampeão paraibano e sonhando ainda com o mata-mata da Série D

O sousense não torce só por um time. Ele torce por ele mesmo. Quando veste o verde do Sousa Esporte Clube, está vestindo a própria cidade. Cada faixa da bandeira tremulando na arquibancada, cada grito entoado nas ruas, cada quilômetro percorrido nas estradas do Brasil carrega o amor por um clube de futebol e o orgulho por ser de Sousa.
Não é à toa que o mascote do time é um Dinossauro. O símbolo não remete apenas aos achados pré-históricos que colocaram a cidade no mapa científico. Ele representa algo ainda mais profundo: uma identidade. Um grito de resistência. Uma história que não se apaga. Uma raiz fincada no sertão que se recusa a ser esquecida.
Desde que nasceu, em 1991, o clube de futebol caminhou lado a lado com o município. Enquanto a cidade se expandia, o Sousa EC ganhava corpo. Vieram os primeiros campeonatos, as primeiras viagens, os primeiros títulos. Em 1994, o primeiro estadual. Em 2009, o segundo. Mas foi só em 2024 e 2025 que o Dinossauro viveu sua maior colheita: dois títulos consecutivos do Campeonato Paraibano, ambos em cima do Botafogo-PB, dentro do Almeidão.

Foi mais do que vitória dentro das quatro linhas. Foi afirmação de um projeto que amadureceu com o tempo, com trabalho, com erros e acertos. Um projeto que hoje se traduz em um elenco competitivo, um centro de treinamento em construção, um ônibus próprio cortando estradas, uma camisa que ficou conhecida nacionalmente por suas campanhas na Copa do Brasil, na Série D e no Nordestão.
O sentimento do torcedor em Sousa é diferente. Ele carrega uma fusão rara: a de ser cidadão e torcedor ao mesmo tempo, no mesmo ato. Não há separação entre o time e a terra. Quando o Sousa joga, o sertão assiste. Quando o Sousa vence, a cidade comemora. Quando o Sousa perde, o silêncio reverbera pelas calçadas da Estação, da Lagoa dos Dinossauros, do Marizão.
É por isso que não causa espanto ver uma bandeira do clube fincada ao lado da bandeira da cidade em eventos públicos, ou os mesmos hinos sendo cantados com o mesmo fervor por gerações. O Dinossauro virou extensão da identidade sousense. Enquanto a cidade celebra seus 171 anos, o Sousa ainda tem compromisso em campo.
A Série D do Campeonato Brasileiro segue, e o time tenta uma classificação difícil para o mata-mata. Com duas rodadas restantes, o Dinossauro está em sexto lugar no Grupo 3, com 11 pontos. A missão é difícil, mas não impossível. E a camisa verde já provou, tantas vezes, que não conhece o significado de "impossível".
Ao todo, o Sousa tem sete títulos em sua história. Além dos quatro Campeonatos Paraibanos (1994, 2009, 2024 e 2025), soma uma Copa Jornal da Paraíba (2001), um Torneio Início (1994) e uma Segunda Divisão Estadual (1991). Mas talvez o maior título seja esse elo com a cidade. Essa simbiose que faz com que o torcedor diga, sem pensar duas vezes: "O Sousa sou eu".
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