ESPORTES
Após uma semana de intervenção, FPF já teve atos concretos, mas ainda resta trabalho
Interventor da CBF, Flávio Boson Gambogi, dissolveu a Comissão de Arbitragem.
Publicado em 24/05/2018 às 11:35 | Atualizado em 25/05/2018 às 9:47
Em meio à turbulência que vive o futebol paraibano, a CBF decretou a intervenção na Federação do Estado (FPF). A decisão foi tomada no dia 11 de maio (sexta-feira), mas só se tornou pública dois dias depois, no domingo, quando a intervenção foi divulgada com exclusividade pelo Fantástico. Na ocasião, o nome de um dos auditores do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Boson Gambogi, foi confirmado para cuidar da entidade paraibana. No entanto, Gambogi assumiu o comando apenas na última quinta-feira e está há uma semana como condutor das atividades da FPF. Dentro do período, em meio há muito silêncio, decisões minuciosas e importantes já foram realizadas, mas ainda há trabalho a ser feito.
Designado pela Comissão de Ética da CBF, Flávio Boson Gambogi teve como um dos seus primeiros atos em João Pessoa a ida à sede da Delegacia de Defraudações e Falsificações da Polícia Civil para inteirar-se sobre as investigações que apuram um esquema de corrupção no futebol paraibano. O dirigente mineiro conversou com o delegado Lucas Sá, principal nome à frente da operação policial. Em seguida, em reunião realizada na FPF, notificou pessoalmente o então presidente Amadeu Rodrigues, que é um dos alvos das investigações, sobre o seu afastamento.
Dentro da sua primeira semana de trabalho, o ato mais representativo do interventor foi a deposição da nova Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (Ceaf-PB), que havia sido nomeada por Amadeu Rodrigues há pouco mais de um mês. A Ceaf-PB vinha sendo comandada pelo coronel Marcos Sobreira e pelo major Juceilton Soares, respectivamente presidente e vice-presidente, em substituição a José Renato Soares, que também vem sendo investigado e contra o qual pesam algumas evidências de participação na manipulação de resultados de jogos através da compra de árbitros.
Foi por meio de sua assessoria de imprensa que Flávio Boson Gambogi anunciou o afastamento dos dirigentes da Ceaf-PB. E, até então, ainda não foi divulgado se haverá novos nomes dentro do período da intervenção. Outras mudanças ainda podem estar por vir. Isso porque o interventor - que integra a 5ª Comissão Disciplinar do STJD, mas está licenciado - deverá ser mantido à frente da FPF até que as investigações sejam concluídas.
Ainda segundo a assessoria de imprensa do interventor, a entidade segue em ritmo intenso e normal de trabalho para manter o futebol paraibano vivo e tentar afastar a névoa negativa que encobre a prática do esporte profissional no Estado.
Além de analisar o andamento do processo da operação policial, Gambogi - que ainda não se pronunciou diretamente à imprensa - tem ainda como tarefa organizar e viabilizar a realização do Campeonato Paraibano Sub-19, competição que classifica o campeão para a participação na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2019. Mesmo tendo data de estreia marcada para o próximo sábado, a competição ainda está rodeada de incertezas, já que a FPF não divulgou o regulamento e nem tabela completa da competição.
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