ESPORTES
“Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes”: o futebol brasileiro que se cuide
Com aporte do Poder do Public Investment Fund, árabes têm redefinido o mercado e a tendência é que o próximo alvo seja o futebol brasileiro.
Publicado em 24/08/2023 às 17:05 | Atualizado em 25/08/2023 às 8:14
Os clubes árabes têm causando grande impacto no cenário mundial do futebol com os significativos investimentos em contratações de jogadores de renome. Alguns times, como Al-Nassr, Al-Hilal, Al-Ahli e Al-Ittihad, tiraram alguns craques da Europa, como Benzema, Cristiano Ronaldo, Kanté, Mahrez e Neymar, e os levaram ao Campeonato Saudita de Futebol. Mas o que explica tudo isso?
A força motriz de todos esses investimentos é o fundo soberano saudita Public Investment Fund (PIF), que é o principal acionista do Newcastle, da Inglaterra, desde 2021. O grupo tem viabilizado os enormes investimentos em futebol e busca fortalecer a liga local e melhorar a sua imagem no exterior. Como mencionado na música "Nem um dia", de Djavan, "Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes", os aportes financeiros têm redefinido, definitivamente, o panorama do futebol por todo o planeta e inflacionado o mercado de transferências.
Com altos investimentos sendo feitos, os clubes árabes, agora, vão se aproximando de competir diretamente com os gigantes europeus. Especialmente, claro, na busca pelas contratações de talentos de alto nível, como Gabri Veiga, ex-Celta de Vigo, que fará companhia ao atacante Roberto Firmino, no Al-Ahli. Isso demonstra o crescimento e a influência do Oriente Médio no esporte. Alguns dos grandes destaques do futebol mundial nas últimas temporadas rumaram para a Arábia Saudita, como Benzema, Cristiano Ronaldo, Kanté, Mané, Mahrez, Neymar e até mesmo o paraibano Otávio, que jogará ao lado de CR7.
🎬 “O talento maravilhoso… que atrai a atenção de todos” @neymarjr 💙#نيمار_هلالي #الهلال pic.twitter.com/TTzADrVGJJ
— نادي الهلال السعودي (@Alhilal_FC) August 15, 2023
Futebol brasileiro que se cuide
A Arábia Saudita tem tentado, por meio do futebol, se projetar internacionalmente, como forma de melhorar a sua imagem diplomática e reforçar sua influência para todo o planeta. Para além dos craques que atuam no futebol europeu, os clubes que disputam o Campeonato Saudita de Futebol também estão de olho em atletas que atuam no Brasil. Gustavo Gómez, do Palmeiras, e Arrascaeta e Pedro, do Flamengo, são alguns dos exemplos de atletas que foram sondados recentemente. O país, que é notadamente rico em petróleo, também tem buscado aprimorar a infraestrutura esportiva.
Ao passo que a janela de transferências do Qatar e da Arábia Saudita vão se aproximando do encerramento — 18 e 20 de setembro respectivamente —, a tendência é que grandes movimentações aconteçam, especialmente em território nacional. Para manter os elencos fortes e evitar o assédio árabe, será fundamental que as equipes brasileiras solidifiquem os contratos, com vínculos a longo prazo e cláusulas de liberação com valores elevados. Além disso, será importante um esforço financeiro maior, aumentando significamente os vencimentos.
Difficult game, but Important win to qualify for the Asian champions league! Always believe to the end! Never give up!💪🏼@AlNassrFC @AlNassrFC 💛💙 pic.twitter.com/ibvDxoyvWm
— Cristiano Ronaldo (@Cristiano) August 22, 2023
Mas, para que tudo isso dê certo, também é importante demonstrar a chance de haver sucesso esportivo, com a oportunidade de conquista de títulos e renome individual, como possíveis convocações à Seleção. Tendo em vista que atuar no Brasil é uma vitrine maior do que na própria Ásia.
O desafio de segurar jogadores pilares nas retas finais das competições é grande. Prever saídas e antecipar chegadas, realizando contratações pontuais, além de desenvolver talentos nas categorias de base, é a principal alternativa para as agremiações brasileiras.
Ademais, há importantes fatos que podem ser usados na tentativa convencimento ao atleta: ligas locais são mais competitivas, a visibilidade internacional é maior e a cultura do futebol no Brasil é uma das mais respeitadas em todo mundo.
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