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ESPORTES

Arthur Zanetti economizou nas elimitórias para chegar ao ouro

Ginasta brasileiro se classificou para final apenas em oitavo. Na hora da decisão desbancou o chinês favorito, Yibing Chen.

Publicado em 07/08/2012 às 8:00

Arthur Zanetti queria ter a responsabilidade toda em suas mãos, enfaixadas e vermelhas de tanto esforço. Economizou nas eliminatórias para ser o oitavo a se apresentar ali, na final. Foi ao ginásio de aquecimento enquanto o maior dos adversários buscava o bi olímpico. Tudo calculado.

Último a se pendurar nas argolas da Arena de North Greenwich, o baixinho de 1,56m desceu dela, deu um passo para trás e abriu o sorriso. Nota 15.900. Tinha desbancado o chinês Yibing Chen, favoritíssimo. A primeira medalha da história da ginástica brasileira em Olimpíadas era dele, um estreante. E de ouro.

“Estou muito feliz porque essa é a primeira medalha do meu país para a ginástica. Trabalhei por muito tempo para conseguir essa medalha”, disse Zanetti, em um inglês ainda arranhado.

Zanetti traçou uma estratégia. Queria se classificar em quarto para ser o último a se apresentar na final. Trocou um movimento de grau A por um de grau D nas eliminatórias. Fez uma série simples, com execução quase perfeita, a melhor entre os 67 adversários: 9.116 de 10.000. Passou em quarto, com 15.616 pontos. Chen liderou com 15.858 - 6.800 e 9.058 de execução.

Para a final, sim, a série mais difícil. Tão difícil quanto a do chinês.

Tática meticulosa para tentar batê-lo. Yibing levou para Londres o favoritismo em números: duas medalhas de ouro, quatro títulos mundiais (2006, 2007, 2010 e 2011).

Zanetti se enfileirou aos sete finalistas para saudar o público na apresentação, mas saiu logo dali. Queria se aquecer. Não viu Chen, o primeiro a se apresentar. O chinês tirou nota pior do que na estreia, mas ainda assim comemorava. Com 15.800, sorriu.

Estava confiante. O brasileiro, ao retornar e ver a nota, não se assustou.“Pensei: vai ser difícil, mas não impossível”.

Precisaria de um ato heroico para superar o chinês e chegar ao pódio. Teria de beirar a perfeição. Tirou o agasalho, apertou ainda mais os punhos, enfaixados. Passou magnésio nas mãos, enxugou os braços.

Seguiu para as argolas, fez a segunda melhor apresentação da carreira e saiu comemorando. Sabia que em minutos faria história. E fez. Nota no telão: 15.900. Medalha inédita para o Brasil. O chinês ficou com a prata, e o italiano Matteo Morandi (15.733) terminou com o bronze. (Do Globoesporte.com)

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Jornal da Paraíba

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