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ESPORTES

Belo traz Roberto Fonseca para assumir lugar de Marcelo Vilar

Ex-técnico do ABC foi confirmado pelo presidente Guilherme Novinho durante coletiva ontem na Maravilha.

Publicado em 22/05/2015 às 10:00 | Atualizado em 09/02/2024 às 16:46

Roberto Fonseca é o novo técnico do Botafogo. Ele foi anunciado na tarde de ontem, em entrevista coletiva realizada na Maravilha do Contorno, pelo presidente Guilherme Novinho.

O treinador vai ter a missão de substituir Marcelo Vilar (demitido após o empate com o Treze) e tem duas metas principais: tentar conquistar o tricampeonato paraibano e o acesso para a Série B.

"O Botafogo agradece tudo que Marcelo Vilar fez nessa sua primeira passagem pelo clube. Mas não podemos parar. Temos metas a cumprir, como o tricampeonato paraibano e o acesso para a Série B", discursou Novinho.

Não são missões fáceis. No Paraibano 2015, o Belo tem dois empates em dois jogos do quadrangular final, vai precisar agir rápido para não ficar muito para trás dos adversários. Já na Série C, a equipe estreou com derrota para o Salgueiro por 2 a 1, e no próximo domingo já enfrenta o ASA de Arapiraca, pela segunda rodada.

Aliás, a estreia de Roberto Fonseca vai ser justamente contra o ASA. O treinador chega a João Pessoa hoje e já comanda o treino com o elenco botafoguense. E no final de semana, já viaja com o elenco para Arapiraca.

O último time de expressão de Roberto Fonseca foi o ABC de Natal, onde teve uma curiosa passagem. Foi contratado no dia 23 de outubro do ano passado e estreou no dia seguinte, contra o Paraná, pela Série B do Brasileirão. Na época, o ABC estava ameaçado de rebaixamento, mas Fonseca salvou o time da degola, após quatro vitórias, um empate e apenas uma derrota.

"O Botafogo passou essas últimas horas trabalhando o nome de um treinador. O Roberto Fonseca tem o nível do Marcelo. É um cara trabalhador, competente e que fez um ótimo trabalho no ABC na Série B", continuou Novinho, informando ainda que o fisicultor Alexandre Duarte e o preparador de goleiros Walter Bahia continuam no clube e farão parte da comissão técnica de Roberto Fonseca.

O novo treinador do Belo iniciou a temporada no ABC, mas acabou deixando o clube no dia 7 de março, após empatar com o Santa Cruz-RN. Ele deixou o ABC sem ter perdido no Potiguar deste ano: foram três vitórias e quatro empates. Depois disto, teve rápida passagem pelo São Bernardo. Seu principal título foi o Campeonato Alagoano de 2012, pelo CRB.

Análise da notícia - INTROSPECÇÃO, VAIAS E TROPEÇO: O DIA DA QUEDA DE VILAR

Faltava ainda cerca de uma hora para o Botafogo entrar em campo no Almeidão e enfrentar o Treze, em jogo crucial pela fase final do Campeonato Paraibano. E o técnico Marcelo Vilar, do Belo, já estava no banco de reservas do time da casa. Sozinho. Calado. Introspectivo. Ficou ali por quase 30 minutos. Parecia desolado. Impossível saber se pela sua cabeça já passava a possibilidade de ser demitido do clube. Sim, porque dali a algumas horas, se encerraria a sua história de dois anos e meio à frente do Belo. E o último ato dessa história - que teve títulos e glórias - foi escrito com vaias da torcida e mais um tropeço.

Desolação

O número de torcedores nas arquibancadas do Almeidão ainda era bem reduzido. Os primeiros profissionais da imprensa começavam a ocupar os arredores do campo. E Vilar já estava no banco de reservas do Botafogo. Parecia estar vivendo um momento só seu. Olhava para frente, rente ao gramado, como que para um ponto fixo - ou para lugar nenhum. Era possível que pensasse nos títulos que conquistou à frente do time. Ou no quanto o Belo passou a ter a sua cara durante esse tempo todo. Mas o mais provável era que estivesse analisando o que poderia ser feito para levar a equipe à vitória naquela partida tão importante para as suas pretensões no Paraibano e - por que não dizer? - na temporada.

Em alguns momentos, um ou outro membro da comissão técnica se aproximou e interrompeu a solidão de Vilar. Algumas poucas palavras foram trocadas. Rapidamente. Noutras vezes, foi o celular que desvirtuou a atenção do técnico. Mas não mais que isso. Nem os gritos de incentivo dos torcedores - que aos poucos tomavam as arquibancadas - tiraram o treinador do transe. Pelo menos até que ele próprio decidisse que era hora de descer para o vestiário. De seguir se concentrando num lugar mais reservado. Naquele momento, os jogadores subiram para o campo e iniciaram o aquecimento. Estava prestes a começar o último jogo de Vilar à frente do Botafogo.

O adeus da torcida

Começado o jogo, Vilar foi o de sempre. Ou quase sempre. Contido, ele ocupava a área técnica sem gestos muito expansivos, sem tantos gritos. Vestia uma camisa preta, de finas listras brancas, ostentando o escudo do Botafogo do lado esquerdo do peito. Mas a estrela vermelha logo precisou ser encoberta por um colete amarelo, por orientação da arbitragem.

Vilar andava de um lado a outro em sua área técnica, como sempre fizera. Orientava os jogadores ao pé do ouvido, como sempre fizera. Conversava com um ou outro reserva, como sempre fizera. Mas, ainda assim, parecia mais introspectivo que de costume. Mais cabisbaixo. Já não se indignava tanto com os erros do time em campo. Já não festejava os bons lances - que, é bem verdade, foram poucos no primeiro tempo. Antes do intervalo, o clima foi mais fúnebre que festivo. Até porque precisamente aos 13 minutos, Vilar viu André Beleza cobrar falta na área do Botafogo e Rafael Oliveira desviar contra a própria meta. O Treze abria 1 a 0. A pressão aumentava.

E, na saída para o intervalo, ainda com o placar adverso, o técnico - e todo o time - desceu para o vestiário sob vaias. Como se acostumou a fazer nas últimas partidas, esperou os jogadores e todos, juntos, desceram a escadaria. Foram vaiados. Juntos. Ouviram os protestos da torcida, que pedia para o time jogar mais, ir para cima, virar o jogo. A mesma torcida que já o idolatrou tanto e que perdeu a paciência tantas outras vezes, naquele momento derradeiro, insistia para o time ser mais guerreiro.

Tropeço e queda

Na volta para o segundo tempo, o panorama seguia o mesmo: passos curtos na área técnica, gestos inexpressivos, quase nenhum grito. Vilar via em campo um desenho parecido com o do primeiro tempo. O Botafogo insistia, tentava atacar, mas esbarrava na boa marcação do Treze. Mas o técnico agiu. Era preciso. Mandou todos os seus reservas para o aquecimento. Chamou Hércules e André Cassaco.

ochichou-lhes instruções. Mandou-lhes a campo nos lugares de Doda e João Paulo. Fez o mesmo minutos mais tarde, quando trocou Zaquel por Juninho. E festejou quando, aos 30 minutos, viu Gustavo cobrar falta na área do Treze e Araújo desviar contra. Era o empate do Belo. Talvez a manutenção da esperança de que o time viraria o jogo, venceria e que a noite pudesse ter um desfecho diferente. Não teve.

O empate se arrastou até o fim. O 1 a 1 era ruim. Insuficiente. Ainda antes de encerrar a sua longa passagem à frente do Botafogo-PB, Vilar precisou conter seus comandados, que, ao término da partida, reclamavam com um dos assistentes, acusando-o de ato racista contra Panda, do Treze. Ele ajudou a apaziguar os ânimos. Fez sua parte. Mas estava chegando a hora de ir. Desceu para os vestiários. Deu entrevista coletiva. Mas instantes depois, soube que não estava mais nos planos da diretoria. Encerrava ali a sua caminhada como técnico do Botafogo. Chegava ao fim a "Era Vilar" no Belo.

Retrospecto

Marcelo Vilar chegou ao Botafogo em novembro de 2012. E é inegável que o técnico tenha estabelecido - ou, ao menos, ajudado a estabelecer - uma nova era no clube. Foi a partir da sua chegada que o Belo saiu de uma fila de 10 anos sem título, ao conquistar o título do Campeonato Paraibano de 2013. E que chegou à maior conquista da sua história: foi campeão da Série D do Brasileiro.

O agora ex-treinador alvinegro comandou o Botafogo em 123 jogos. Foram 62 vitórias, algumas delas inesquecíveis - como sobre o Treze (3 a 0 no Amigão) na final do estadual de 2013 e sobre o Campinense (3 a 0 no Almeidão) na decisão do estadual de 2014. E evidente que os 2 a 0 sobre o Juventude, no Almeidão, dando ao time o maior título do futebol paraibano, também não sai da lembrança dos torcedores.

Mas claro que não foi apenas de vitória que se deu a passagem de Vilar no Belo. Com o técnico no comando, o Belo empatou outras 30 partidas e perdeu 31. Isso lhe rende um aproveitamento de 58,53% à frente do Alvinegro da Estrela Vermelha.

Mas o desgaste acabou sendo inevitável. Nesta temporada, por exemplo, o Botafogo fez uma campanha pífia na Copa do Nordeste, encerrando a competição como o lanterna de seu grupo, depois de conquistar apenas um ponto em seis jogos. Na Copa do Brasil, foi eliminado ainda na primeira fase pelo Botafogo do Rio de Janeiro. E no Paraibano, depois de passar a primeira fase quase toda na liderança, começou mal o quadrangular final. Somando-se a derrota na estreia da Série C, o Belo está há três jogos sem conseguir vencer.

Houve pontos altos: o fim do jejum de títulos, o bicampeonato paraibano e a inédita conquista da Série D do Brasileiro. E derrocadas também: a campanha na Série C do ano passado - quando passou toda a primeira fase no G-4 e foi eliminado na última rodada - e a frustração no Nordestão deste ano. O seu esquema parecia estar saturado. A torcida já cobrava insistentemente uma evolução. Esta não veio. E o fim foi inevitável. Vilar já não é mais do Botafogo, que agora segue sem ele em busca de novas conquistas.

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Jornal da Paraíba

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