Botafogo-PB controla São Paulo Crystal, mas mudanças de Gerson geraram risco desnecessário

Por Pedro Alves

Depois da boa partida que o Botafogo-PB fez na vitória por 2 a 0 contra o Treze, no Clássico Tradição pelo Campeonato Paraibano, o Belo ainda não voltou a ter uma atuação realmente boa como aquela. Contra a Perilima, com quem empatou por 2 a 2, faltou disposição e inspiração. Contra o São Paulo Crystal faltou volume na maior parte do jogo. A vitória, no entanto, foi tranquila e merecida. 

O Belo demonstrou uma virtude interessante no triunfo dessa quarta-feira diante do Tricolor. Não teve lá uma grande atuação, bom ritmo de chances criadas, mas houve um flagrante controle do jogo. O time de Ramiro Souza não conseguiu se criar por 90% da partida. Foi neutralizado, teve pouco a bola e quase não saiu bem em contra-ataques. 

Com a bola, faltou mais volume ao time de Gerson Gusmão. Muita bola rodada de um lado para o outro e pouco verticalizada no primeiro tempo. O gol que abriu o placar, aos 18 minutos, foi a primeira finalização da partida. Clayton aproveitou um rebote da defesa do São Paulo Crystal e estufou as redes de Nunes. 

Só depois daí, o Belo conseguiu chegar mais ao gol. Definiu ainda mais duas vezes no alvo. Enquanto o São Paulo Crystal chutava de longe, finalizando para fora, sem perigo. 

O melhor momento do Belo foi na segunda etapa. Na primeira metade dela. Criou mais. Soube aproveitar melhor os espaços cedidos e construiu oportunidades. E mais um gol. O segundo de Clayton, após Welton se aproveitar de um vacilo adversário e tocar para o meia marcar novamente.

Parece que depois daí todo mundo achou que o jogo estava ganho. E não é assim. Gerson, por opção, já havia tirado Juninho e colocado Kaio Wilker. O meia nem entrou tão mal assim. Mas o time, naturalmente, perdeu combate pelo lado direito. Se é fato que Juninho há algum tempo não agrega muito no ponto ofensivo, também é realidade que ele é muito efetivo defensivamente. 

Provavelmente por uma opção legítima de dar minutagem a alguns jogadores, como Thiago Santos e Ramon Tanque, Gerson Gusmão desfigurou o time totalmente. Não pelo natural fato de fazer modificações. Isso é do jogo. Mas pelas escolhas de saídas e entradas. Por cerca de 20 minutos, o Belo deixou de ser um time em campo. E 20 minutos é muito tempo. 

Com Ramon Tanque sem marcar - até era natural! -, Thiago Santos sem intensidade boa para fechar espaços e com Pablo saindo do meio-campo, deslocado para a lateral direita, a equipe ficou perdida e vulnerável. Aos 37 da segunda etapa veio o gol do zagueiro Cleiton. E a partir daí, aquele temor alvinegro que vem se tornando regra em relação à reta final dos jogos. 

Não houve uma pressão boa e flagrante do São Paulo Crystal no fim do jogo. Mas teve bola cruzada na área e pelota rondando mais a área de Felipe do que a de Nunes. Risco desncessário. 

Com a vitória, o Botafogo-PB chegou aos 10 pontos e segue líder isolado do Campeonato Paraibano. Na próxima rodada, na quarta-feira, o Belo vai até Campina Grande, onde encara do Campinense, no primeiro Clássico Emoção do ano. O jogo acontece no Estádio Amigão às 20h, com transmissão exclusiva do Jornal da Paraíba.