Botafogo pretende recorrer para ganhar pontos da partida contra o Treze

Da Redação

A polêmica do jogo entre Treze e Botafogo, na tarde do domingo (8), parece estar longe do fim. A diretoria do Belo pretende entrar com recurso junto à Justiça Desportiva para requerer ganho dos pontos da partida que valeu para o Galo a classificação à final do segundo turno do Campeonato Paraibano. A alegação da diretoria botafoguense seria a de que jogadores do Treze simularam contusão para impossibilitar a continuação da partida.

Leia a opinião de Kako Marques sobre a polêmica na partida realizada no Amigão

Depois de uma confusão generalizada, com muita pancadaria e spray de pimenta, três jogadores do Treze e dois do Botafogo, mais o técnico Maurício Cabedelo, foram expulsos de campo. Quando a partida foi reiniciada, o Galo estava se classificando com o placar de 4 a 0.

Bastaria terminar com este resultado para seguir para a final do segundo turno. Então, Doda e Ferreira, do Treze, caíram em campo, foram atendidos pelo médico do clube e saíram de campo. Com apenas seis jogadores no Galo, o árbitro Jeferson Rafael encerrou a partida, como manda a regra.

A diretoria do Botafogo afirma que os jogadores do Treze simularam as contusões para forçar o encerramento da partida antes de decorrido o tempo regulamentar. Para tanto, a assessoria de imprensa do Belo afirmou que está esperando a chegada da súmula do jogo, assinada pelos árbitros, que deverá ser entregue até as 17h desta segunda-feira (9).

A diretoria do Belo divulgou, no site do clube, nota oficial sobre o posicionamento do clube com relação aos fatos ocorridos na partida. Confira a nota na íntegra:

"Nota oficial referente ao ocorrido no jogo de 08/05
09 de maio de 2011.

A Diretoria do Botafogo Futebol Clube, diante dos lamentáveis acontecimentos no jogo Treze X Botafogo, realizado (parcialmente), na tarde deste domingo, 08 de maio de 2011, onde o clube foi vergonhosamente prejudicado pela arbitragem tendenciosa do Sr. Jeferson Rafael, vem a público informar que estará tomando as medidas judiciais cabíveis contra as pessoas e instituições envolvidas neste episódio imoral que só contribui para a decadência do futebol paraibano.

A Diretoria"

O Belo se apoia no artigo 205 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que aborda a intencionalidade em deixar o time com número insuficiente de jogadores para o prosseguimento da partida. Veja o que diz o artigo:

"Art. 205. Impedir o prosseguimento de partida, prova ou equivalente que estiver disputando, por insuficiência numérica intencional de seus atletas ou por qualquer outra forma. (Redação dada pela Resolução CNE nº 29 de 2009).

PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), e perda dos pontos em disputa a favor do adversário, na forma do regulamento. (NR)."

A assessoria do Botafogo ainda informou que, por ora, não está cogitando nenhuma punição ao técnico e aos dois jogadores expulsos. “A prioridade agora é tentar fazer justiça. O Botafogo foi claramente prejudicado em campo e precisamos trabalhar em cima disso”, disse o assessor de imprensa do Belo, Raimundo Nóbrega.

A Federação Paraibana de Futebol, divulgou nota de esclarecimento à imprensa, informando de que forma atuará perante a situação ocorrido no estádio Amigão, em Campina Grande:

"Nota de esclarecimento

A presidente da Federação Paraibana de Futebol, vem de público, prestar os seguintes esclarecimentos, tendo em vista os lamentáveis incidentes ocorridos durante a partida de futebol entre as equipes do Treze Futebol Clube e Botafogo Futebol Clube, realizada no último dia 08 (domingo) no estádio 'O Amigão' em Campína Grande, válida pela segunda fase do Campeonato Paraibano de Futebol Profissional – primeira divisão – 2011.
A entidade através de sua diretoria repudia qualquer tipo de violência ou a prática de atos que denigram a imagem do futebol;
Os fatos ocorridos serão rigorosamente apurados e os envolvidos deverão ser penalizados na forma da lei.
A Federação encaminhará os documentos necessários relativos ao jogo para o Tribunal de Justiça Desportiva, a quem compete julgar e punir, tudo de conformidade com a legislação desportiva vigente.
Em relação a arbitragem, a Federação não teve qualquer ingerência quanto a escolha dos árbitros que atuaram na partida, pois os clubes envolvidos na decisão estiveram reunidos com a comissão de arbitragem, sem a participação da diretoria da Federação, deixando-os a vontade para definir a equipe de arbitros, numa demonstração de total democracia. Tal procedimento adotado consta de um documento – cópia em anexo, assinado pela comissão e por todos os presidentes de clubes.
Por fim, esclarece ainda, não ser do feitio da entidade se calar diante de fatos ou atitudes que mancham o futebol paraibano, adotando as medidas cabíveis.

Rosilene de Araújo Gomes
Presidente"

Entenda o caso

A partida entre os dois times valia uma vaga na final do segundo turno do Campeonato Paraibano. No momento em que o Treze abriu 4 a 0 no placar, resultado que lhe garantia a classificação, o autor do quarto gol, Vavá, comemorou na frente da torcida do Botafogo, fazendo gestos que representavam disparos de metralhadora. Neste momento, instaurou-se a confusão, envolvendo jogadores, técnicos, diretores e árbitros. Foi preciso a intervenção da polícia, que usou spray de pimenta para controlar a situação.

Resultado da briga: Vavá, CLéo e Carlos, do Treze, e Genivaldo e Henrique, do Botafogo, foram expulsos, além do técnico Maurício Cabedelo, também do Belo, que desferiu um soco no rosto do árbitro Jeferson Rafael. A partida foi reiniciada com oito jogadores do Galo contra nove do Belo. Foi então que Doda e Ferreira, do Treze, caíram e saíram de campo, sob alegação de que estavam contundidos. Segundo a regra, um jogo não pode seguir se um dos times tiver seis ou menos jogadores em campo. Assim, o árbitro encerrou a partida antes dos 90 minutos.

A diretoria do Belo ainda reclama que durante todo o jogo o árbitro inverteu faltas e deixou de marcar pênaltis em favor do time da Capital.