ESPORTES
Tudo sobre o Brasileirão Feminino de futebol
Publicado em 29/01/2024 às 17:31 | Atualizado em 31/01/2024 às 17:41
O Brasileirão Feminino de futebol tem ganhado cada vez mais destaque e reconhecimento. No Brasil, o futebol feminino passou por um processo de crescimento nos últimos anos, com investimentos significativos de clubes, patrocinadores e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O Brasileirão Feminino de futebol é organizado pela CBF e costuma envolver equipes de todo o país. O formato do torneio pode variar, mas geralmente inclui uma fase de grupos, seguida por fases eliminatórias até a definição do campeão.
O campeonato tem uma história que remonta ao início do desenvolvimento do futebol feminino no Brasil. A modalidade enfrentou desafios e preconceitos ao longo do tempo, mas também viu um aumento no interesse, investimento e reconhecimento.
Qual a história do Brasileirão Feminino de futebol?
Nos anos 1980 e 1990, o futebol feminino no Brasil ainda era bastante marginalizado e carecia de estrutura e apoio. Entretanto, nesse período, algumas iniciativas começaram a surgir, e a prática do esporte entre mulheres ganhou gradualmente mais visibilidade.
Decreto-lei 3199 e era LINAF
Apesar dos avanços mais recentes no futebol feminino no Brasil, já houve momentos sombrios e de extremo retrocesso. Em 1941, um decreto-lei assinado por Getúlio Vargas proibiu a prática do futebol por mulheres.
O artigo 54 tinha a seguinte redação: "Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país."
Apesar do futebol não ter sido citado nominalmente, o esporte fazia parte das práticas proibidas.
A proibição da prática do futebol para as mulheres no Brasil começa com o decreto-lei, assinado na ditadura do Estado Novo, em 1941, e só é derrubado em 1979, ainda na ditadura militar. No entanto, com o poder militar enfraquecido e o movimento das Diretas Já, a Liga Nacional de Futebol (LINAF) iniciou os primeiros campeonatos nacionais de futebol feminino.
De 1983 a 1989, o Radar conquistou o primeiro título da Taça Brasil de Futebol Feminino, tornando-se o primeiro campeão nacional e assegurando o hexacampeonato consecutivo de 1983 a 1988. Durante esse período, derrotou equipes renomadas do futebol masculino nas finais, incluindo Atlético Mineiro e Internacional.
Posteriormente, o campeonato passou por uma mudança, sendo renomeado como Torneio Nacional entre 1990 e 1991. Além disso, em 1991, ocorreu a disputa de um segundo campeonato nacional, o Torneio de Futebol Feminino.
Década de 90: Era CBF
A Confederação Brasileira de Futebol assume a organização do torneio em 1993, que passa a se chamar Taça Brasil de Clubes, sendo conquistada pelo Vasco da Gama.
Em 1994, o torneio passou por mais uma alteração de nome, sendo agora denominado Campeonato Nacional Brasileiro de Futebol Feminino. Assim como ocorreu com o Brasileirão masculino em 1971, quando a CBF assumiu a administração da competição, as edições anteriores foram objeto de uma reavaliação quanto à sua importância. O Campeonato Nacional Brasileiro de Futebol Feminino transcorreu até o ano de 2001.
Anos 2000: Hiato e o retorno da LINAF e a Liga Nacional
Entre 2002 e 2005, não houve a realização de nenhum campeonato nacional, exceto pelo Quadrangular de 2003, que contou com a participação da Seleção Brasileira Universitária, Santos, Saad e CFZ.
Em 2006, após a saída da CBF, a LINAF retomou a organização do torneio nacional em parceria com a Federação Paulista de Futebol Amador (FPFA), denominando a competição como Liga Nacional.
O torneio teve sua primeira edição disputada em Jaguariúna, no estado de São Paulo, sendo conquistado pelo Botucatu. No ano seguinte, em 2007, a competição ocorreu em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro, e as Sereias da Vila foram coroadas como campeãs sob o comando de Kleiton Lima.
Década de 2010
Em 2007, a CBF instituiu a Copa do Brasil de Futebol Feminino, um torneio seguindo o formato de copa nacional, assemelhando-se à Copa do Brasil de Futebol. Em 2013, a Confederação Brasileira de Futebol, em colaboração com a Caixa Econômica Federal, promoveu a primeira edição do Campeonato Brasileiro, envolvendo as 20 melhores equipes do Ranking da CBF de Futebol Feminino.
O Brasileirão Feminino de futebol, agora oficial, teve uma temporada inicialmente breve, com duração de três meses. Em 2015, as equipes que avançaram para as fases de mata-mata receberam um suporte financeiro de aproximadamente R$ 10 mil para cada rodada, tanto em casa quanto fora, além do custeio de transporte aéreo ou terrestre.
Em 2017, a Confederação Brasileira de Futebol ajustou a fórmula de disputa do torneio, reduzindo a 1ª divisão de 20 para 16 times e introduzindo a Série A2, também composta por 16 equipes. A ampliação do Campeonato Brasileiro coincidiu com o cancelamento da Copa do Brasil de Futebol Feminino.
Anos recentes
Em 2019, a Band adquiriu os direitos de transmissão do campeonato, sendo seguida em novembro de 2020 pela ESPN Brasil, que passou a transmitir a competição.
Em 2021, o canal esportivo do Desimpedidos transmitiu as partidas do campeonato no YouTube, enquanto o canal SporTV exibiu os jogos na TV fechada. Em 2023, o Grupo Globo adquiriu os direitos de transmissão do torneio, com a TV Globo assumindo a cobertura a partir das quartas de final.
A CBF tem trabalhado para melhorar a estrutura e a organização do campeonato, incluindo a criação de categorias de base. A competição continua atraindo talentos e promovendo o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil.
Qual o formato e regulamento do Brasileirão Feminino de futebol 2024?
O Brasileirão Feminino de futebol manterá o formato dos anos anteriores, composto por quatro fases. Na primeira fase, os 16 clubes participantes jogarão em um sistema de pontos corridos, em turno único.
Os oito primeiros classificados avançam para as quartas de final, enquanto os quatro últimos serão rebaixados para a Série A2 de 2024. Nas quartas de final, os clubes se enfrentarão no formato eliminatório ("mata-mata"), e o vencedor de cada grupo se classifica.
Na semifinal, também em formato eliminatório, os vencedores de cada grupo avançaram para a final, onde, por fim, os dois clubes competirão em um sistema eliminatório para determinar o campeão.
- Primeira fase: Os 16 clubes jogam entre si em turno único.
- Segunda fase (quartas de final): Oito clubes distribuídos em quatro grupos de dois clubes cada.
- Terceira fase (semifinal): Quatro clubes distribuídos em dois grupos de dois clubes cada.
- Quarta fase (final): Realizada em um grupo composto por dois clubes, onde será definido o campeão.
Em caso de empate de pontos entre dois clubes, os critérios de desempate serão aplicados na seguinte ordem:
- Número de vitórias
- Saldo de gols
- Gols marcados
- Número de cartões vermelhos
- Número de cartões amarelos
- Sorteio
Quem foi a equipe campeã do Campeonato Brasileiro Feminino 2023?
O campeão do Brasileirão Feminino de futebol 2023, considerando a série principal, foi o Corinthians.
O time feminino de futebol do Corinthians é reconhecido como uma das equipes mais fortes do cenário brasileiro. Fundado em 2013, o clube investiu na profissionalização da equipe, conquistando títulos notáveis como o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.
Além do sucesso nacional, o Corinthians também representou o Brasil em competições internacionais. A estrutura profissional, aliada à torcida apaixonada, contribuiu para o crescimento do futebol feminino no país. O time conta com jogadoras de destaque, muitas delas integrando a Seleção Brasileira. O Corinthians Feminino é um reflexo do fortalecimento e reconhecimento do futebol feminino no Brasil.
Quais são as equipes campeãs do Brasileirão feminino?
No Brasileirão Feminino de futebol destacam-se clubes que se tornaram referências no cenário nacional, moldando a narrativa do Campeonato Brasileiro Feminino. Entre esses clubes, o Corinthians se destaca como uma potência, conquistando títulos importantes e contribuindo para a expansão e reconhecimento do esporte entre as mulheres no país.
Ao lado de outras equipes tradicionais, o Corinthians fortalece o movimento que busca consolidar e promover o futebol feminino, proporcionando aos fãs momentos emocionantes e inspiradores dentro dos gramados.
Corinthians - 5 títulos (2018, 2020, 2021, 2022 e 2023)
O Corinthians, um dos clubes mais populares do Brasil, teve grande sucesso no futebol feminino. Conquistando o Brasileirão Feminino de futebol em 2018, 2020, 2021, 2022 e 2023, o clube se firmou como uma potência no cenário nacional.
Ferroviária - 2 títulos (2014 e 2019)
A Associação Ferroviária de Esportes, conhecida como Ferroviária, é uma equipe de Araraquara, São Paulo. A equipe conquistou o título em 2014 e novamente em 2019, demonstrando consistência e qualidade ao longo dos anos.
Rio Preto - 1 título (2015)
O Rio Preto Esporte Clube, sediado em São José do Rio Preto, conquistou o título em 2015, demonstrando a capacidade de equipes de diferentes regiões do Brasil competirem em alto nível.
Centro Olímpico - 1 título (2013)
O Centro Olímpico foi o primeiro campeão do Brasileirão Feminino em 2013. Embora não tenha conquistado títulos adicionais, sua vitória inaugural é um marco na história do torneio.
Santos - 1 título (2017)
O Santos é um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro e teve sucesso significativo no futebol feminino. O time das “Sereias da Vila” conquistou seu primeiro Brasileirão Feminino de futebol em 2017, na Arena Barueri, ao bater o Corinthians por 1 a 0.
Resumo
O Brasileirão Feminino de futebol, organizado pela CBF, reflete o crescimento do futebol feminino no Brasil. Iniciando nos anos 1980, passou por diversas fases, superando desafios como a proibição do futebol feminino em 1941. A LINAF, nos anos 1980, promoveu os primeiros campeonatos nacionais femininos.
Com evoluções no formato, destaca-se a Copa do Brasil em 2007 e o estabelecimento do Brasileirão Feminino em 2013. O Corinthians desponta como líder, conquistando cinco títulos até 2023, com destaque para seu papel na promoção da igualdade no esporte.
O campeonato busca fortalecer o futebol feminino, atraindo atenção midiática e passando por ajustes na fórmula. O título do Corinthians em 2023 reflete o compromisso contínuo da CBF e dos clubes com o crescimento sustentável do futebol feminino no Brasil.
Para saber mais, acesse o Jornal da Paraíba.
Comentários