ESPORTES
Campinense reencontra o seu principal algoz de 2021, o Bahia, depois de uma temporada histórica para o clube
Raposa recebe o Tricolor baiano na tarde deste sábado, pouco mais de 10 meses depois da goleada de 7 a 1 sofrida pela Copa do Brasil de 2021. Duelo de logo mais é pela Copa do Nordeste.
Publicado em 29/01/2022 às 11:26
Por Afonso Carlos (repórter da Rádio CBN)
Um bom roteirista adoraria escrever a história do Campinense na temporada 2021. A equipe conseguiu conquistar o Campeonato Paraibano após quatro anos. E o segundo semestre reservava algo que a torcida sonhava: depois de 10 temporadas e 100 jogos, enfim, o Rubro-Negro conseguiu sair da última divisão do Campeonato Brasileiro, sendo vice-campeão da competição.
Mas uma boa história certamente estará acompanhada de drama. E com a Raposa não foi diferente. Até mesmo o torcedor mais otimista da equipe não imaginaria um ano tão glorioso depois do que foi o primeiro jogo do time em 2021. O Campinense começava sua caminhada na Copa do Brasil, enfrentando até então um clube que disputaria a Série A, o Bahia. Mas o jogo foi histórico negativamente para o time de Campina Grande, que acabou o duelo sendo goleado em casa por 7 a 1, o pior placar de derrota para o clube no campeonato nacional.
Crise instalada. O Campinense vivenciou o seu inferno astral após o resultado. A torcida fez protesto, jogadores foram dispensados, outros contratados, e mais um voto de confiança foi dado para a comissão técnica comandada por Ederson Araújo, profissional que teria apenas mais uma chance de mostrar o seu trabalho na rodada de início do Campeonato Paraibano. Isso porque, depois de oito anos, a Raposa também perderia em uma estreia de estadual: a derrota aconteceu por 2 a 1 para o São Paulo Crystal.
O clima ficou insustentável, Ederson Araújo não permaneceu no cargo e a chave para um ano histórico estava virada: a diretoria da Raposa anunciou o treinador Ranielle Ribeiro para ser o novo comandante da equipe. O grupo de jogadores se modificava aos poucos: logo depois, chegou o goleiro Mauro Iguatu, decisivo nas conquistas do clube. Além do troféu estadual, Ranielle ficou 12 partidas sem ver seu time derrotado, uma sequência que lhe rendeu o título individual invicto do Paraibano de 2021.
E menos de um ano depois daquele fatídico 7 a 1, Campinense e Bahia se reencontram pela Copa do Nordeste, neste sábado, novamente no Estádio Amigão. Dentro de campo, quase tudo se modificou. O Tricolor também não está mais com a mesma comissão técnica: Dado Cavalcanti deixou o time, mesmo com título do Nordestão. Guto Ferreira, atual treinador, tentou tirar o time da degola da zona de rebaixamento, mas não conseguiu evitar a queda para a série B, jogadores importantes também deixaram o elenco.
Com o histórico, se os treinadores repetirem os mesmos times do início da temporada de 2022, cada lado terá apenas um jogador que esteve no confronto pela Copa do Brasil do ano passado. No Campinense, o volante Rafinha, atleta de confiança no clube e atual capitão da Raposa. Já no Tricolor de Aço, o jovem Patrick, jogador que teve sua divisão de base no clube baiano.
Diante de tantas mudanças, o goleiro Mauro Iguatu destaca que é outro tipo de competição, de elenco e comissão técnica. Ele não vê o duelo de logo mais como uma revanche para o Rubro-Negro.
"Ficou uma situação negativa para o clube, mas agora são novos elencos, novos treinadores, apenas o Rafinha foi titular naquele jogo. O pensamento nosso é fazer uma grande partida pela Copa do Nordeste. Será a nossa primeira partida do ano em casa, diante de uma forte equipe. Estamos focados especialmente para isso", analisou o goleiro.
O encontro de dois campeões do Nordeste também marca um tabu que o Campinense pode quebrar. Em jogos oficiais, a Raposa não vence o Bahia há 60 anos. A última e única vitória aconteceu pela Taça Brasil de 1962.
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