ESPORTES
Cirurgião vê falhas no atendimento da Graça
'Erraram todos', diz intensivista ao criticar a estrutura médica oferecida na partida entre Santa Cruz e Auto Esporte, pelo Campeonato Paraibano.
Publicado em 18/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:24
O médico Francisco de Assis Freitas, responsável pelo atendimento do também médico Dorivaldo Pereira, que morreu na noite de quarta-feira após passar mal no Estádio da Graça, durante o jogo entre Santa Cruz e Auto Esporte, pelo Campeonato Paraibano, fez duras críticas à “estrutura médica” montada para o confronto e disse que isto ajudou no agravamento do quadro clínico da vítima.
Segundo Francisco, o médico morto teve um “primeiro atendimento de péssima qualidade” e a ambulância que o levou ao hospital não passava de um “veículo de transporte inadequado para estar num estádio de futebol”.
Francisco de Assis Freitas, que é intensivista e cirurgião, diz ainda que o próprio Dorivaldo Pereira não poderia ter sido escalado para trabalhar no jogo. O cirurgião diz que seu colega tinha sérios problemas no coração e por isto estava “incapacitado para exercer funções que exigissem alto esforço cardíaco”.
"Estava tudo errado no jogo. Uma ambulância de péssima qualidade e um médico que não poderia passar por emoções. Erraram todos", declarou.
E diante desta constatação, ele não titubeia ao culpar a Federação Paraibana de Futebol, que pelo Estatuto do Torcedor é a responsável por dotar os jogos do Campeonato Paraibano com ambulâncias; e o Santa Cruz de Santa Rita, o clube mandante, que foi quem convidou o médico para ir ao confronto.
"As duas entidades estão erradas. Uma ambulância destas deveria ter capacidade total de reanimação. Mas a designada para o jogo não possuía nada disto. Nenhum equipamento. Ele chegou ao hospital sem nem mesmo ter recebido oxigênio.
Numa situação destas, tempo é vida. Mas ao invés de ser colocado num ambiente adequado, ele foi jogado num veículo sem estrutura", disparou.
Sobre o médico propriamente dito, Francisco de Assis lembrou que ele era obstetra, sem uma habilitação para reanimações e com um quadro clínico preocupante.
"Ele tinha um coração aumentado, e possuía problemas cardíacos. Teve um problema parecido dois meses atrás e não poderia ser exposto a emoções", lembrou.
JOGADORES DO SANTA CRUZ PRSTAM ÚLTIMA HOMENAGEM
A diretoria e a comissão técnica do Santa Cruz compareceram ao velório do médico Dorivaldo Pereira, em Santa Rita. Para que os jogadores pudessem ir ao velório e participar do enterro, o treinador Wamberto Firmino suspendeu o treino que estava previsto para ontem. Já a FPF ainda não definiu quando será o complemento da partida Santa Cruz x Auto Esporte, interrompida aos 3 minutos do 1º tempo, depois que o médico passou mal. (Do GloboEsporte.com)
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