ESPORTES
Craques do passado: Fernando, dono da camisa 1 em tri do Botafogo-PB
Goleiro marcou época em time do Botafogo-PB que tinha estrelas históricas como Nininho e o maior artilheiro do Belo, Chico Matemático.
Publicado em 09/01/2022 às 7:57 | Atualizado em 16/02/2023 às 18:19
Na época em que o famoso atacante do Botafogo-PB, Chico Matemático, fazia vários gols nas redes adversárias, um nome também muito importante estava do lado oposto do campo, segurando tudo. O goleiro Fernando é um dos grandes nomes que vestiram a camisa 1 do Belo. E, naquela década de 1960, envergou a camisa alvinegra, àquela altura com a estrela ainda branca estampada no peito, por mais ou menos 11 anos.
Fernando Antônio Cavalcante nasceu em 1947, em João Pessoa. Sempre jogou no futebol da Paraíba. A carreira começou no juvenil do Botafogo-PB. Aos 17 anos foi titular pela primeira vez no profissional do Belo. Posição que ocupou por mais de uma década.
"Eu fui titular do profissional do Botafogo-PB aos 17 anos e joguei por 10 anos no clube. Quando Chico Matemático jogava era bicho certo, a gente dizia. E eu brincava com ele, que ele fazia os gols lá na frente e eu segurava lá atrás", comentou o ex-goleiro ao programa CBN Esporte Clube.
Fernando foi o goleiro titular do tricampeonato paraibano de 1968, 1969 e 1970. E faz questão de lembrar dos grandes companheiros que teve durante a sua longa passagem com a camisa alvinegro.
"Joguei com Lúcio Mauro, Lando, Zezito, Nininho e outros. Nininho era com certeza um grande jogador do Botafogo-PB. Infelizmente foi embora muito cedo", comentou.
Outro episódio que Fernando lembra bem foi quando o maior jogador de todos os tempos esteve na Paraíba. Pelé jogou uma partida pelo Santos, contra o Botafogo-PB, em 1969. Fernando não disputou o jogo porque estava machucado.
"Eu estava com o pé engessado. Por isso foi Lula que jogou. E graças a Deus porque eu não queria ter levado gol de Pelé não. Eu queria ter pego a bola dele. Mas era difícil pegar um pênalti de Pelé. Eu me machuquei no treino apronto antes do jogo", lembrou o goleiro.
Aos 28 anos, Fernando decidiu parar de jogar e entrar no ramo de Seguros. Mas foi convencido a voltar a jogar por um amigo que era presidente do Auto Esporte, Vandinho Wanderley. Fernando relembra uma situação bem inusitada daquele tempo.
"Voltei por uma questão de amizade mesmo. Para você ter uma ideia, eu assinei o contrato com o Auto Esporte em cima do capô do meu carro. Daí você tira. Não se ganhava nada. Só se ganhava o bicho, quando a gente vencia os jogos. Foi bom que ajudei o Auto Esporte, que voltou a vencer o Botafogo-PB, porque na minha época no Botafogo-PB, o Auto só perdia", disse.
Fernando atuou ainda pelo Campinense, pelo União-PB e pelo América de Esperança. Disse ter tido várias propostas de fora do estado, mas que preferiu ficar sempre na sua terra natal.
"Eu recebi muitas propostas, mas era difícil sair. Mas eu não achei ruim não porque foi aqui que eu pude me organizar na vida. Na minha época o futebol não tinha muito futuro financeiro. A gente recebia pouco e atrasado. Eu deixei a carreira no auge. Ainda joguei no América Esperança. Fui fazer um Seguro do presidente do América, e ele me convenceu para jogar no clube", disse.
Atualmente, Fernando segue morando em João Pessoa. Ele reside no bairro de Manaíra. O ex-camisa 1 histórico do Botafogo-PB continua trabalhando no ramo de Seguros. Nada mais apropriado para quem sempre foi dentro de campo um especialista em dar segurança a um dos melhores times da história do Belo.
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