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ESPORTES

Craques do passado: Roberto Michele, artilheiro e campeão que marcou época no Campinense e no Sousa

Atacante foi um dos melhores jogadores paraibanos na década de 1990, fez muitos gols por onde passou e também ergueu troféus no Nordeste.

Publicado em 20/03/2022 às 14:24


                                        
                                            Craques do passado: Roberto Michele, artilheiro e campeão que marcou época no Campinense e no Sousa

Um dos grandes nomes do futebol sertanejo foi o atacante Roberto Michele, que marcou época com a camisa do Sousa. Além de fazer chover com a camisa do Dinossauro, o jogador também foi muito importante no título do Campinense em 1993. Elegante, habilidoso e letal, Michele foi um dos jogadores paraibanos que conseguiu gravar seu nome na história do futebol do seu estado. Mas tudo começou em Cajazeiras. 

E não foi com o Atlético de Cajazeiras, o tradicional clube da cidade. Foi no Nacional de Cabedelo. Mas como assim, Nacional de Cabedelo em Cajazeiras? Pois é! De 1984 até 1990, o ex-governador da Paraíba Wilson Braga, com sua natural influência, contribuiu com uma espécie de mudança do Nacional de Cabedelo para Cajazeiras. 

O clube disputou algumas eidções do Campeonato Paraibano em Cajazeiras, recolocando a cidade no itinerário do futebol paraibano. E foi pelo Nacional, que Michele começou a sua trajetória profissional. O Nacional de Cabedelo virou Nacional de Cajazeiras, para o jogador e para a população da cidade. 

“Eu comecei a jogar futebol nos times amadores de Sousa, na Portuguesa, no Independente do pai de Aldeone. Eu era bancário na época. Jogava campeonatos amadores, e na época eu recebia muito convite para jogar em clube profissional, mas eu não iria deixar o banco para me aventurar na bola. Mas aí o banco fechou, na época de Collor, e eu recebi o convite do Nacional de Cajazeiras. O time precisava de atacante que resolvesse, e a imprensa começou pedir para que me contratasse, dizendo que tinha um jogador no futebol amador que resolveria”, comentou. 

Os tempos eram realmente outros. O futebol profissional não pagava tão bem assim, e o futebol amador tinha grande nível, se comparado ao profissional. Nem sempre havia diferença nas estruturas. Michele conta, por exemplo, que na Portuguesa havia preparação física, o que lhe dava uma certa regalia no acordo que fez com o Nacional. 

“Naquela época, eu só ia fazer o coletivo apronto pelo Nacional. A Portuguesa tinha preparador físico, era um clube organizado, que disputava o campeonato da cidade, um campeonato muito organizado. Então eu só fazia o último treino antes do jogo em Cajazeiras. Felizmente me dei bem. Fiz um ataque com Galeguinho e Caçote. Tínhamos um bom time. Foi meu primeiro time profissional”, comentou. 


				
					Craques do passado: Roberto Michele, artilheiro e campeão que marcou época no Campinense e no Sousa

Após esse início, Roberto Michele foi contratado pelo Esporte de Patos em 1990. Onde novamente se destacou. E onde mais uma vez fez um acordo de apenas participar do último treino antes das partidas. Moral de artilheiro que sempre foi. Pelo Terror do Sertão voltou a marcar gols e chamar atenção do mercado nordestino. 

“Do Esporte de Patos eu fui para o Central de Caruaru. Depois foi para o Auto Esporte, onde joguei em 1990 e 1991. Fiz um grande ataque com Izaías e Riva. E aí fui para o Campinense, em 1993”, comentou. 

O Campinense fez um bom time naquele ano. Roberto Michele continuou a demonstrar em campo seu faro de gol, marcando 33 gols pela Raposa no torneio. Só não foi o artilheiro do campeonato, porque Marcos Pitombinha, do Treze, fez dois a mais, numa alucinante briga, gol a gol, pela artilharia do estadual daquele ano. 

“No Campinense fizemos outro grande time e fomos campeões. Eu fiz 33 gols pelo clube no Paraibano. Eu acho que sou um dos maiores artilheiros do Campinense na história numa edição do Paraibano. E acho que ninguém vai fazer tanto gol no estadual pelo clube mais”, disse. 

Se em 1993, os gols deram ao Campinense o título estadual, mas não deu a Michele o título de artilheiro do torneio, esse feito individual não iria tardar em acontecer. Natural de Sousa, faltava ao jogador vestir a camisa do time profissional da cidade, recém-fundado. Apesar de bem novo, três anos após a fundação, o Sousa já era campeão paraibano, em 1994. Em 1995, contratou Roberto Michele, que estava em casa. 

“Fiz 40 gols na temporada, contando amistoso e Paraibano. No estadual eu fiz 29 gols e fui artilheiro do Paraibano. Meu contrato terminou um mês antes do fim da competição. E fui para o Remo. Mas mesmo com um mês sem jogar, eu terminei com a artilharia”, relembra. 

Michele ainda passou por Sergipe, Treze, CRB, dentre outros clubes de outros estados e paraibanos. Terminou a carreira em 2003, com a camisa do Serrano-PB. Artilheiro e campeão, Roberto Michele marcou gols por onde passou e até hoje, no auge dos seus 57 anos, é lembrado pelos torcedores paraibanos. 

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Pedro Alves

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