Botafogo-PB x Floresta: se fosse fácil, não se chamava Série C

Não tem jeito. É necessário, acima de tudo, maturidade.

A Série C do Brasileirão é um campeonato para lá de difícil e que exige um longo planejamento coletivo.

O Botafogo-PB sabe disso. Seus torcedores também.

Afinal, são dez anos de vivências, dores, esperanças, frustrações e paixões.

Ainda assim, óbvio, mesmo com tanta experiência, às vezes a emoção trai a razão.

E aí não tem jeito. Isso incomoda, provoca certo desconforto, uma incompreensão injustificável.

Pois foi essa a sensação que ficou após o jogo desse domingo (4) entre Botafogo-PB e Floresta, no Estádio Almeidão, que terminou empatado em 1 a 1.

O Belo, as torcidas, a cidade, estavam todos num clima contagiante. Chegaram ao Almeidão fazendo festa, cantando ao clube, brindando à comunidade, desejando o imponderável. Saíram invariavelmente frustrados.

A sensação era a mesma. O comentário comum quase um mantra:

– Dava para ter vencido!

Dava mesmo.

Essa conclusão é inescapável.

Mas é justo aí que é preciso ter maturidade.

São 19 jogos na primeira fase. Mais seis se passar para o desejável quadrangular de acesso. Não se perde nem se vence num único ato.

O caminho é inalterável. Inabalável. Imperturbável.

É preciso viver. Não há outro caminho possível. Viver, sofrer, conquistar, seguir tentando.

Passo a passo. Ponto a ponto. Desafio após desafio.

Mais do que a empolgação típica após as vitórias, é fundamental cálculo, estratégia, resignação, obstinação após eventuais reveses.

Dava para ter vencido? Sem dúvidas.

Mas o time segue como único invicto, vice-líder da competição, firme em sua caminhada cadenciada pelos caminhos tortuosos da Série C.

Ainda que lícito, claro, é exagerado vaiar como ensaiaram alguns.

Era mais dia para respirar fundo, resignado, cabeça erguida.

Consciente de que a realidade é mesmo dura. Entender que não se vive na Série C sem uma boa dose de falta de ar.