É pressão...

Na manhã de ontem, no Hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) confirmou o que já se sabia: Luiz Felipe Scolari é o novo técnico da Seleção Brasileira de Futebol. E Carlos Alberto Parreira será o coordenador do time, em parceria formada em busca do título da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

Felipão substituirá Mano Menezes, que foi demitido após principalmente os maus resultados contra seleções de grande porte. Foram derrotas para Argentina, duas vezes, França e Alemanha, além das perdas dos títulos da Copa América de 2011 e os Jogos Olímpicos de Londres, neste ano. Ele nunca teve a confiança da nova diretoria da CBF, chefiada por José Maria Marin.

Inicialmente, a entidade máxima do futebol brasileiro anunciaria o novo nome somente neste mês de janeiro, mas a pressão da Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa) pesou, já que o país organizador da Copa das Confederações de 2013 não teria um comandante no evento deste sábado, data do sorteio da fase de grupos da competição.

E logo na coletiva, a primeira polêmica. Ao afirmar que o Brasil tem a obrigação de ganhar a Copa em casa, Felipão lembrou que precisa conviver com essa pressão: “Se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada”, disse o novo treinador.

Felipão e Parreira explicaram como será o funcionamento desta parceria. “Muitas vezes nós temos algumas diferenças de colocação e posicionamento em campo, e formas diferentes de treinamento, fora. Vamos discutir e adaptar este grupo”, disse Felipão.

Já Parreira preferiu colocar Felipão como “o principal”. “Eu estou aqui para ajudar. Estamos aqui para trocar conceitos, fornecer ideias e discutir pontos de vista diferentes. Mas está muito claro que a decisão final sempre caberá ao treinador, que é o membro principal da comissão técnica”, explicou.

Quando perguntados sobre o sentimento de voltar à Seleção, os dois brincaram que se sentiam mais jovens. “Eu me sinto mais jovem. Só o cabelo que está difícil”, brincou Felipão, que também elogiou o novo companheiro. “O Parreira está mais bonito. Deve ter feito cirurgia”.

Na coletiva de imprensa, Felipão também aproveitou para anunciar o resto de sua comissão técnica. O auxiliar será Murtosa, com quem trabalha junto desde o início de sua carreira. E o próximo alvo é o preparador físico Paulo Paixão, hoje no Grêmio, que já recebeu a proposta da CBF.

A parceria Parreira e Felipão, que tem dois títulos mundiais pela Seleção (um em 1994, com o primeiro, e outro em 2002, com o segundo), terá o seu primeiro desafio no próximo dia 6 se janeiro, em amistoso contra a Inglaterra, em Wembley.