ESPORTES
Operação Cartola: ex-presidente do Campinense, William Simões, é absolvido
Ele era acusado de manipular resultados. Mais dois réus foram inocentados.
Publicado em 01/07/2020 às 18:23 | Atualizado em 02/07/2020 às 7:22
O ex-presidente do Campinense, William Simões, foi absolvido das acusações de supostos crimes cometidos no futebol paraibano, que foram investigados pela Operação Cartola. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (30), na 4ª Vara Criminal da Capital, em João Pessoa. O massagista Danilo Ramos da Silva, conhecido como Danilo Corisco e o árbitro Francisco Carlos do Nascimento também foram inocentados pelo juiz José Guedes Cavalcanti Neto.
Em sua sentença, o magistrado discordou da tese do Ministério Público, que afirmou a existência de envolvimento de William Simões em um suposto esquema de manipulação de resultados do Campeonato Paraibano. O juiz entendeu que o ex-dirigente não teve participação em fraudes que venham a ter ocorrido nos resultados da competição esportiva, o que rechaça a sua condenação com base no Artigo 41-E do Estatuto do Torcedor.
Contudo, um trecho da sentença pontua que “não há dúvida que José William Simões Nilo intercedeu junto a Zé Renato para escalação dos árbitros Renan Roberto e Francisco Carlos [...]. Essa intervenção é fato incontroverso, pois a transcrição das conversas interceptadas evidenciam isso”. No parágrafo seguinte, o juiz ao falar sobre fraude no sorteio de árbitros, reafirma que este é um “fato incontroverso imputado a William Simões”. Entretanto, o apontado pelo magistrado na decisão é que isso não resultou em fraude no resultado da partida.
Outro acusação diz respeito ao fato de William supostamente ter pago a hospedagem do árbitro em Campina Grande. O juiz afirmou que Francisco Carlos do Nascimento apresentou documentos que comprovam que o pagamento não foi feito pelo ex-dirigente e sim pelo próprio árbitro, através de cartão de crédito.
Quem é citado como testemunha no processo é o ex-vice-presidente da Federação Paraibana de Futebol, Nosman Barreiro. Em trecho do seu depoimento, ele afirma que “sabia que faziam parte desse esquema os principais clubes de futebol: Botafogo, Campinense, Treze e Sousa, no tocante a resultados do futebol paraibano”.
Depois, o magistrado entendeu que a afirmação de Nosman não era suficiente para comprovar a participação de William Simões em uma organização criminosa, já que ele citou o Treze e o próprio Ministério Público pediu o arquivamento do inquérito com relação ao Galo da Borborema.
Na conclusão, o entendimento do juiz é que para um processo como esse, são necessárias provas incontestáveis do delito cometido, o que não se mostrou no processo, de acordo com a decisão.
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