ESPORTES
Freiras de João Pessoa unem dedicação católica à paixão pelo futebol
Trajadas com o hábito como uniforme de futebol, as religiosas do Instituto das Irmãs Diocesanas não querem competir profissionalmente, mas têm a paixão pela modalidade como uma atividade frequente no dia a dia.
Publicado em 16/12/2022 às 8:29
Muitas freiras mantém uma rotina praticamente fixa em suas vidas: dedicação à igreja, convívio no convento e assistência aos mais carentes. Mas um grupo de freiras do Instituto das Irmãs Diocesanas, em João Pessoa, na Paraíba, resolveu adicionar uma nova ocupação no dia a dia: o futebol. As religiosas não escondem o amor pelo esporte e a habilidade com a bola nos pés.
O uniforme das freiras dentro de campo é o mesmo usado no cotidiano: o tradicional hábito. Apesar de não ser os costumeiros short e meião, a vestimenta das religiosas não é problema algum dentro das quatro linhas. Muito pelo contrário, é bastante confortável. E, para quem está na arquibancada acompanhando ao jogo, esse detalhe torna ainda mais fácil a identificação das equipes.
Eu posso dizer, sem sombra de dúvidas, que não atrapalha. Nosso hábito é um hábito leve, que nos dá mobilidade. Então não é impedimento, viu, meninas? Você que está aí querendo ser religiosa, venha conosco, não atrapalha", disse a irmã Mayara Crispim.
As freiras já praticavam o futebol antes mesmo da vida religiosa. A madre superiora Ísis Stela contou que o esporte mais popular do país é uma paixão desde o berço. Mas ela acrescenta que, depois de resolver dedicar sua vida à missão de fé, o esporte também se tornou uma necessidade na semana. Isso porque, segundo ela, com tanto trabalho sendo feito, o corpo pediu uma dedicação a mais nos exercícios físicos para fortalecer a musculatura e dar mais gás nas tarefas diárias.
Já é uma coisa que vem de casa. Desde a infância a gente gostava de jogar e praticar esportes. E na vida religiosa a gente também precisa se exercitar. Nós temos um ritmo de atividades, de missões, viajamos, fazemos shows, visitas em hospitais e presídios, nós trabalhamos muito. Esta é a busca: cuidar do nosso corpo. Cuidado físico, lazer e bem-estar", comentou a madre superiora.
O intuito das freiras realmente não é de competir profissionalmente. Mas se engana quem acha que não há um trabalho sendo desenvolvido por trás. As religiosas contam com um técnico fazendo todo o acompanhamento e colaborando na evolução física das atletas. Gilberto Filho admite que ficou grato com o convite recebido e alimenta o desejo de permanecer treinando as irmãs diocesanas.
Eu tenho um aluno que frequenta a paróquia delas. Ele chegou para mim e disse: "Giba, eu tenho um novo desafio para você. As freiras estão querendo um treinador". Até hoje é muito agradável dar esse treino para as meninas. Você sai renovado desse treino. Pretendo continuar com elas" comentou o treinador.
Se a Copa do Mundo no Catar já não terá mais bola rolando depois do embate entre Argentina e França, no próximo domingo, a temporada das freiras seguirá a todo vapor na capital da Paraíba.
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