Jales assume a responsabilidade

A linha que separa o herói do vilão, no futebol, é bastante tênue.

Pode perguntar ao atacante Jales, do Botafogo, que sentiu na pele isso. De artilheiro da noite na goleada por 6 a 1 contra o Esporte de Patos, na última quinta-feira, quando marcou três gols, a ‘culpado’ pela derrota por 1 a 0 diante do Flamengo-PB.

“Dizer que o nosso time não jogou, que meus companheiros não fizeram nada, é até uma maneira injusta de falar dos meus parceiros. Eles criaram para mim, mas, infelizmente, eu não estava em um dia bom. Não consegui fazer os gols. A comissão técnica nada teve a ver com o que ocorreu (treinador Suélio Lacerda pediu demissão do cargo nesta segunda). Assumo totalmente a culpa pelo resultado negativo. Sou homem o suficiente”, discursou.

O semblante do jogador, ao fim da partida, era de quem não acreditava no que tinha acontecido, principalmente porque o tropeço colocou o Belo fora do G4 pela segunda vez na competição.

“Eu vou ser sincero. Não entendi até agora por que as coisas não saíram da maneira habitual. Eu treino bastante, me esforço, então é complicado passar por um momento como esse. As chances foram claras e, por isso, volto a dizer que isento totalmente os demais atletas por esta derrota. A responsabilidade é toda minha”.

Os lances do jogo estão todos na memória de Jales. De maneira detalhada, diga-se de passagem. E devem permanecer na cabeça do atacante por um bom tempo.

“Teve um lance no início da etapa inicial que foi incrível. Driblei o zagueiro, saí na cara do goleiro, tentei tirar demais e chutei para fora. Depois, passei pelo goleiro e, apesar de ter ficado um pouco sem ângulo, tinha totais condições de ter feito o gol. Por último, ainda teve aquela cabeçada no final, quando recebi sozinho dentro da área e joguei para fora”.