Londres passa bastão dos Jogos Olímpicos para o Rio

A passagem de bastão dos Jogos Olímpicos de Londres para o Rio-2016 terá mais surpresas além do esperado samba. Sem fugir do ritmo brasileiro mais conhecido pelo mundo, a diretora artística Daniela Thomas pretende criar uma segunda visão da cidade, mostrando a diversidade do país e como os cariocas conseguem transformar as influências externas em cultura própria.

“Os clichês são apenas a ponta do iceberg. Eles não nos deturpam, mas queremos mostrar outros modos em que misturamos as coisas. Pegamos a informação e reinventamos.

Fazemos um remix. Esse é nosso espírito e é assim que produzimos cultura. Oito minutos é pouco tempo, mas queremos mostrar como misturamos cultura pop. Serão os clichês reinventados, espero”, afirma Daniela.

Daniela também defende a ideia de que o Rio-2016 terá o mesmo caráter de integração que Londres tentou formar com os países da Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) durante as Olimpíadas. E a apresentação carioca trará, além das características da cidade, muito do que é visto em todo o Brasil.

“O Rio é o coração do Brasil. Nesse sentido, falar do Rio é falar do país inteiro. Teremos representações de toda a nação nesses oito minutos”, comenta a diretora.

Ícones brasileiros estarão no Estádio Olímpico durante a apresentação, como o gari Renato Sorriso, o rapper BNegão, a modelo Alessandra Ambrósio (uma das destaques da Victoria’s Secrets) e os músicos Seu Jorge e Marisa Monte.

Além deles, 225 dançarinos voluntários, sendo 31 brasileiros, participarão do segmento carioca, chamado pelo diretor de arte Cao Hamburguer de “O samba do crioulo doido”. O grupo ensaia desde julho.

Na apresentação de Londres durante o encerramento dos Jogos de Pequim 2008, os britânicos trouxeram três símbolos do país bastante conhecidos pelo mundo: o jogador de futebol David Beckham e o músico Jimmy Page, do Led Zepellin, em cima do ônibus vermelho de dois andares.

Uma das grandes cenas da cerimônia de abertura de Londres-2012 foi o salto de helicóptero realizado por um dublê da rainha Elizabeth II. Perguntado se a apresentação carioca terá algo similar, o produtor-executivo Marco Balich respondeu com humor. “Não nos sentimos obrigados a jogar nossa presidente para fora de um helicóptero”, brincou.