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Ministério Público aperta cerco contra Rosilene Gomes
Filhos da presidente da FPF teriam utilizado clubes irregulares para votar em Rosilene Gomes, segundo Promotoria do MPPB.
Publicado em 09/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 17:45
Uma nova evidência de irregularidade ronda as últimas eleições na Federação Paraibana de Futebol e pode complicar ainda mais a situação da ex-presidente Rosilene Gomes, afastada na última quinta-feira pela juíza Renata da Câmara Belmont, da 8ª Vara Cível de João Pessoa.
Segundo a Promotoria de Fundações da Comarca de João Pessoa, do Ministério Público da Paraíba, dois filhos da presidente afastada, um funcionário da Federação e o presidente do Sindicato dos Árbitros da Paraíba teriam se utilizado de clubes amadores em situação irregular para votar na reeleição de Rosilene Gomes. Se a denúncia for confirmada, a investigação pode ser transferida para a esfera criminal.
Foi um cruzamento de dados entre documentos que levou à conclusão. O Procedimento Administrativo Nº 0024/2013, uma investigação que vem sendo realizada pelo promotor Alexandre Jorge Nóbrega, tem em anexo a ata da última eleição, com o nome de quem representou cada entidade votante; e uma consulta do Cartório do MP junto à Receita Federal, que a partir dos respectivos CNPJs atestou a validade ou não de cada uma destas entidades.
Assim, descobriu-se que dois dos filhos da ex-presidente, Tyrone e Sandro de Araújo Gomes, votaram respectivamente em nome do ABC Futebol Clube e do Jangadeiro Futebol Clube.
O primeiro, segundo o MP, uma entidade com “situação cadastral baixada” (perda de sua personalidade jurídica); o segundo, uma entidade com “número de CNPJ tido como inválido”.
Já o assessor de imprensa da Federação Paraibana de Futebol, Geraldo Gomes Varela, e o presidente do Sindicato dos Árbitros da Paraíba, Genildo Januário da Silva, votaram respectivamente em nome do Paraíba Sporte Clube e do Paulista Futebol Clube.
Ambas as entidades aparecem na mesma situação do ABC e têm “situação cadastral baixada”.
Sobre o caso, inclusive, o promotor Alexandre Jorge Nóbrega diz que a situação pode se tornar ainda mais grave, caso as suspeitas sejam comprovadas. Ele explica que uma coisa é um presidente de clube amador votar numa eleição apesar de sua entidade estar em situação irregular. Este seria um crime cível.
Bem mais grave é esta entidade irregular ser usada por pessoas ligadas a Rosilene Gomes.
"Se essa situação for verificada e comprovada, se transforma num crime ainda mais grave. O fato pode apresentar em tese a chamada falsidade ideológica. Se for comprovado, tem que ser apurado no âmbito criminal", declarou o promotor.
No total, 53 pessoas jurídicas votaram nas últimas eleições e foram pesquisadas, sendo que apenas 29 tinham “situação cadastral ativa e data de abertura anterior a 23 de junho de 2010”, que foi o dia das eleições. E outros seis funcionários da FPF votaram no último pleito da entidade, mas representando algumas destas entidades que estavam regularizadas junto à Receita Federal.
Sobre estes, o Ministério Público da Paraíba quer saber se estes estavam devidamente documentados com procurações para representar legalmente as respectivas entidades. Do GloboEsporte.com
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