ESPORTES
Na estrada
Acompanhampos a viagem da Desportiva para Itaporanga para mostrar as dificuldades da 2ª Divisão.
Publicado em 02/09/2012 às 18:00
A odisseia começa na viagem de 400km num ônibus velho até Itaporanga, no Sertão da Paraíba. Ao chegar, a falta d’água e um calor de quase 40º para entrar em campo pela segunda divisão do campeonato estadual começam a compor o panorama desolador. O estádio minúsculo não oferece a mínima estrutura exigida para uma partida profissional.
Os jogadores trocam de roupa no chão, escutam a preleção do treinador num “cubículo” e fazem a última conversa num corredor escuro e num calor “quase insuportável”. Na volta, nada melhor: o alojamento do clube, nas palavras do presidente Domingos Sávio, “mais parece um presídio”.
Esta é a jornada da Desportiva Guarabira, clube da segunda divisão paraibana, acompanhada pela reportagem durante três dias seguidos. Retrato de uma essência majoritária do futebol brasileiro sem fama e sem glória.
E com desabafos surpreendentes. Como do presidente. Mais uma vez ele, Domingos Sávio. O dirigente confessa tirar tanto dinheiro do próprio bolso a ponto de pensar que está roubando a própria família.
Nada é animador. Fundada no ano de 2005, a Desportva Guarabira enfrenta hoje várias dificuldades para poder entrar em campo e tentar o retorno à elite do futebol estadual. O clube é formado por vários atletas com idade inferior aos 20 anos.
A maioria vem de regiões próximas à cidade de Guarabira, no brejo paraibano. Eles tentam usar a Desportiva como trampolim para outras oportunidades no futebol.
A situação é realmente precária. O maior salário é do experiente Marconi. O zagueiro abriu mão de propostas melhores para tentar o acesso pela Desportiva, que já defendeu em outros momentos importantes de sua curta história. O jogador recebe R$ 2 mil. A grande maioria do elenco, contudo, ganha apenas um salário mínimo e ainda não desfruta de nenhuma mordomia proporcionada pelo futebol. (Do Globoesporte.com)
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