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No jogo mais emocionante da Copa, Uruguai salva pênalti e derrota Gana
Em uma das partidas mais emocionantes da Copa da África do Sul, o Uruguai garantiu hoje sua primeira classificação às semifinais de um Mundial em 40 anos.
Publicado em 02/07/2010 às 18:59
EFE
Em uma das partidas mais emocionantes da Copa da África do Sul, o Uruguai garantiu hoje sua primeira classificação às semifinais de um Mundial em 40 anos, e com uma cobrança com cavadinha de Loco Abreu na disputa por pênaltis.
A decisão nas penalidades máximas veio depois de um empate por 1 a 1 no tempo normal e por 0 a 0 na prorrogação, com direito a pênalti perdido pelos ganeses nos acréscimos do tempo extra. E tudo isso no dia do aniversário de 60 anos do Maracanazo.
Loco Abreu mostra porque tem apelido de louco e converte pênalti da classificação (EFE) |
No tempo normal, a seleção ganesa abriu o placar nos acréscimos da etapa inicial, com Muntari, em um belo chute de fora da área.
O empate uruguaio saiu com Forlán, aos 9 minutos do segundo tempo, em uma bela cobrança de falta.
Nos acréscimos do tempo extra, a seleção ganesa teve um pênalti a seu favor, mas a cobrança de Gyan explodiu no travessão.
E nas cobranças de pênalti os uruguaios garantiram uma vitória por 4 a 2, depois de Muslera defender os pênaltis de Mensah e Adiyia, enquanto Maxi Pereira desperdiçou para os uruguaios.
O Uruguai agora encara nas semifinais a Holanda, que hoje eliminou o Brasil com uma vitória, de virada, por 2 a 1.
Dois dias antes da decisão de hoje, o técnico do Uruguai, Óscar Tabárez, já tinha anunciado a escalação para a partida com novidades, uma de caráter tático - a entrada de
Álvaro Fernández no lugar do xará Álvaro Pereira - e outra condicionada pelo estado físico de Godín, substituído por Victorino, como ocorreu no último jogo.
Já a seleção de Gana se preparou em um ambiente tranquilo, pelo menos segundo o capitão Sthepen Appiah, que disse que a equipe passou os dias "cantando, dançando e sorrindo".
Milovan Rajevac, técnico sérvio que comanda Gana, optou por não fazer grandes mudanças no time após os bons resultados tanto na fase de grupos como nas oitavas de final contra os Estados Unidos.
Um dos desfalques do time foi o jovem Jonathan Mensah, que com 19 anos se tornou um importante homem do setor defensivo. A outra baixa de peso foi André Ayew, de 20 anos, peça chave do meio de campo de Gana.
O Uruguai começou a partida pressionando a seleção ganesa, e aos 10 minutos teve sua primeira chance de gol. Suárez driblou o zagueiro adversário pela esquerda e chutou, mas Kingson conseguiu ficar com a bola com uma defesa em dois tempos.
"Defesa" do atacante Suárez salva o Uruguai da eliminação (EFE) |
Os uruguaios continuaram dominando nos primeiros minutos, e aos 18 quase abriram o placar com Suárez, que desviou, de cabeça, uma cobrança de escanteio de Fórlan, obrigando Kingson a defender no reflexo.
Aos 25 minutos, mais uma boa chance para o Uruguai. Suárez recebeu na área e chutou forte, mas o goleiro ganês mandou para tiro de canto.
Gana respondeu apenas aos 30 minutos, com Vorsah, que desviou escanteio de Asamoah rente à trave de Muslera. A seleção ganesa então cresceu na partida e passou a pressionar mais.
Aos 35, Asamoah cruzou pela direita, Muntari cabeceou e a bola passou muito perto da trave uruguaia.
Dez minutos depois, mais uma bela chance para Gana, com Boateng, que emendou cruzamento de Inkoom de bicicleta, mas mandou para fora.
E quando tudo indicava que o primeiro tempo terminaria sem gols, a seleção ganesa conseguiu abrir o placar com Munstari, que arriscou de longe. A bola fez uma curva e morreu no fundo das redes de Muslera.
O Uruguai voltou para o segundo disposto a empatar a partida e se lançou ao ataque, abrindo espaço para os rápidos contra-ataques de Gana.
E logo aos 9 minutos os uruguaios chegaram ao empate com um belo gol de Forlán, de falta, que pegou com muito efeito na bola e surpreendeu Kingson.
O Uruguai quase chegou à virada cinco minutos depois. Forlán cruzou da esquerda e encontrou Suárez livre na área. O atacante emendou de primeira, e a bola passou com muito perigo à esquerda de Kingson.
Os comandados de Óscar Tabárez continuaram melhor na partida, e Gana ameaçava apenas nos contra-ataques, que começavam com muita velocidade entre o sistema defensivo e o ataque, mas raramente terminavam em chance de gol.
Antes do fim do segundo tempo, o treinador uruguaio trocou Cavani por Loco Abreu, mas o ídolo botafoguense quase não tocou na bola, e a partida foi mesmo para o tempo extra.
Apesar de os dois times já terem disputado 90 minutos de um jogo muito corrido, o primeiro tempo foi de duas seleções que apostavam na velocidade para armar suas jogadas de ataque, mas sem jogadas muito perigosas para qualquer um dos lados.
O ritmo de jogo diminuiu no segundo tempo da prorrogação, com as duas seleções mostrando muita vontade, mas com claros sinais de cansaço. A primeira grande chance de gol aconteceu aos 8 minutos e foi uruguaia, com Forlán, que invadiu a área pela esquerda e bateu forte, mas para fora.
A partir de então o que se viu em campo foi um verdadeiro bombardeio de Gana ao ataque, e que quase lhe rendeu a vitória nos acréscimos.
O atacante Suárez salvou em cima da linha um com as mãos um chute fatal de Gana, e acabou levando o vermelho direto. Mas com a classificação em seus pés, o atacante Gyan chutou forte, no travessão, e a partida acabou decidida nas penalidades máximas.
Nas cobranças de pênaltis, Mensah e Adiyia perderam para Gana, enquanto Maxi Pereira desperdiçou para os uruguaios. A decisão então ficou nos pés de Loco Abreu, que com sua famosa cavadinha recolocou o Uruguai entre os grandes do futebol mundial.
A seleção uruguaia enfrentará nas semifinais a Holanda, que nesta sexta eliminou o Brasil, em uma vitória de virada por 2 a 1, no estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth.
A semifinal entre Uruguai e Holanda está marcada para a próxima terça-feira, às 15h30 (de Brasília), na Cidade do Cabo. O vencedor volta a campo no domingo, na grande final, enquanto o perdedor deste duelo briga pelo terceiro lugar um dia antes.
Bola na trave no minuto final da prorrogação antecedeu a tragédia africana (EFE) |
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