Quem é D’Guerro Xavier, ex-árbitro preso na Paraíba em operação contra manipulação na Série B?

A Polícia Civil de Goiás prendeu, nesta quarta-feira (9), o ex-árbitro paraibano D’Guerro Batista Xavier, de 46 anos, em João Pessoa. Ele foi um dos alvos da Operação Jogada Marcada, que investiga um esquema de manipulação de resultados de partidas da Série B do Campeonato Brasileiro e do Campeonato Angolano.

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D’Guerro foi detido em casa, no bairro Funcionários II, na capital paraibana. A ação teve o apoio da Polícia Civil da Paraíba e cumpriu um mandado de prisão temporária e um de busca e apreensão. A investigação é conduzida pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Goiânia.

O ex-árbitro, que é filho de Severino Ferreira, uma figura icônica no cenário do futebol paraibano, que criou o Femar em 2010, é suspeito de integrar um grupo chamado “Árbitros da Propina”, apontado como responsável por manipular resultados de partidas nacionais e internacionais para beneficiar apostadores. A polícia informou que há indícios de transações bancárias entre os envolvidos e jogadores de clubes brasileiros e estrangeiros.

Apesar de afastado da arbitragem oficial, D’Guerro Xavier seguia atuando em competições amadoras e mantinha contatos no meio esportivo.

Histórico de investigação

Essa não é a primeira vez que o nome de D’Guerro aparece em um inquérito envolvendo irregularidades no futebol. Em 2018, ele foi um dos 11 árbitros investigados na Operação Cartola, que apurou a manipulação de resultados no Campeonato Paraibano entre os anos de 2011 e 2018.

Na época, a operação foi conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Civil da Paraíba, e apontava um esquema que envolvia a Federação Paraibana de Futebol, o Tribunal de Justiça Desportiva, dirigentes de clubes e integrantes da arbitragem local.

Após ser citado na operação, D’Guerro foi afastado das escalas da CBF por tempo indeterminado. Segundo a Comissão de Arbitragem da entidade, apenas os árbitros envolvidos diretamente nas investigações foram retirados dos sorteios das competições nacionais.

Prisão temporária e investigação atual

A prisão de D’Guerro tem validade inicial de cinco dias. Ele permanece detido na Central de Polícia Civil de João Pessoa e será interrogado pelas autoridades. O conteúdo do depoimento será encaminhado para a equipe da DEIC, em Goiânia.

Em entrevista à TV Cabo Branco, D’Guerro afirmou que desconhece o motivo da prisão e negou envolvimento com o grupo investigado. A polícia ainda não divulgou quais partidas teriam sido manipuladas nem os valores envolvidos no esquema.

A Operação Jogada Marcada cumpriu, ao todo, sete mandados de prisão temporária e nove de busca e apreensão nos estados da Paraíba, Goiás, Ceará, Espírito Santo, Maranhão e Pernambuco.