ESPORTES
Tigre quer rugir alto
Vice-campeão estadual em 2011 e campeão da Copa Paraíba, CSP entra em 2013 animado com dinheiro e time entrosado para surpreender.
Publicado em 27/12/2012 às 6:00
O CSP é o exemplo de “time emergente” do futebol paraibano. Depois de ralar quatro anos seguidos na 2ª divisão, sem conseguir o acesso, o time finalmente estreou na elite em 2011.
De cara, um honroso vice-campeonato. Neste ano, o Tigre brigou pelo G-4 até a última rodada, mas acabou perdendo a vaga para o Botafogo, terminando em quinto lugar.
Nem por isso a temporada foi perdida. Pelo contrário. No segundo semestre o CSP venceu a Copa Paraíba sub-21, que valeu o passaporte para a sua primeira competição nacional – a Copa do Brasil de 2013.
“Conseguimos dar esse retorno ao clube. Esse era um sonho antigo do (presidente) Josivaldo Alves e que agora será realizado.
Isso nos traz mais responsabilidade para 2013”, avisou o técnico Ramiro Sousa.
A vaga na Copa do Brasil trouxe outros benefícios. O clube reforçou o caixa com o dinheiro do Gol de Placa – R$ 180 mil para cada time paraibano na disputa. Com isso, pôde se aventurar em uma ou outra contratação, contrariando a filosofia de só utilizar pratas da casa. Um desses reforços é o volante Jônatas, que este ano foi alvo de uma disputa ferrenha entre Treze e Campinense, que só parou na Justiça do Trabalho.
“Quero esquecer o passado e me concentrar só no CSP. Estou muito feliz com o convite feito pelo Ramiro e disposto a dar muito pelo clube”, garante.
Além de Jônatas, o CSP aposta em figurinhas bem conhecidas do torcedor. A espinha dorsal joga junta há pelo menos dois anos – o goleiro Ferreira, o lateral Esquerdinha, o volante Daniel e o meia Tazinho. A eles, se juntam jovens promissores, já com experiência no time principal – caso dos zagueiros Pelado e Suéllington, do meia Anderson Paraíba e dos atacantes Claudinho e Caaporã.
“O CSP já mostrou em outras ocasiões que merece respeito. Continuamos correndo por fora, respeitando todas as outras equipes. Mas a nossa idéia é brigar na parte de cima da tabela”, disse Tazinho.
Para o técnico Ramiro Sousa, ganhar a Copa Paraíba foi o coroamento de um trabalho feito há quatro anos no clube. E, se depender do presidente Josivaldo Alves, o treinador terá cargo vitalício no clube.
“O Ramiro só deixa o CSP quando quiser, e se quiser. É um profissional competente e que sabe da filosofia do clube”, explica o dirigente.
Por “filosofia do clube” entenda a vocação de exportar talentos e, se tudo der certo, ganhar dinheiro no futuro. Nesse ano, o atacante Carlos Caaporã passou por um período de testes na Holanda e na Bélgica. Não vingou por lá e voltou ao clube.
Mesmo em má fase, foi titular na Copa Paraíba – com o objetivo de valorizá-lo em caso de futuras negociações.
“Muitas vezes tenho que colocar um ou outro jogador a pedido do presidente. Tenho que entender esse lado comercial também.
O CSP depende da venda de um jogador para se manter”, reconhece Ramiro, sem citar nominalmente o caso de Caaporã.
Se o atacante não saiu, o lateral Jaílson deixou o CSP antes do fim do ano. O destino foi o Grêmio Anápolis, seduzido pela possibilidade de disputar um campeonato com um time de Série A (Goiás) e um da Série B (Atlético Goianiense).
Mas o presidente também garante que o clube não quer viver
apenas para revelar jogadores. Depois da Copa do Brasil, as metas são outras. Se repetir o vice-campeonato de 2011, o Tigre estará na Copa do Nordeste – uma vitrine ainda maior para as suas promessas. “E ainda estaremos brigando para disputar a Série D”, avisa Josivaldo.
Depois de conquistar a Paraíba, o CSP quer agora reconhecimento nacional. E em se tratando de clubes emergentes, é melhor não duvidar.
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