Vida nova

A dispensa de alguns atletas do Botafogo nos últimos dias, inclusive do meio-campista Willian, que vinha sendo titular absoluto do time, pareceu, para muitos, uma maneira de a diretoria jogar a toalha. Não para os jogadores que ficaram, que revelaram que só a partir de agora o elenco está verdadeiramente ‘limpo’.

“Algumas coisas que estavam acontecendo fora das quatro linhas acabaram nos chateando. Não tinha como aceitar certas atitudes. O Botafogo está limpo neste momento e vivo na competição. Ficaram apenas os homens que querem honrar as cores desta camisa”, comentou o goleiro Genivaldo, que se emocionou após a vitória por 2 a 1 diante do Treze, domingo, no Almeidão.

Coincidências à parte, a atitude da equipe foi diferente. Do início ao fim do confronto, quando os jogadores fizeram questão de agradecer à torcida, que compareceu em bom número, de mãos dadas. Entre os mais aplaudidos, o meia Leomir, que elogiou bastante a mudança de postura do grupo e comparou com a derrota para o Nacional-P.

“Aquilo, não tem explicação. Quem quer ser campeão e almeja uma grande campanha precisa ter a vontade e a determinação que tivemos contra o Treze. Faltava alegria e, principalmente, um pouco de raça. Agora, restaram apenas os verdadeiros guerreiros. Infelizmente, perdemos o Willian, que está fazendo falta. Mas ele vacilou, fez besteira e terminou sendo punido”, disse o camisa 10 alvinegro.

As declarações dos atletas deixam claro que havia algo de errado no grupo botafoguense, mesmo que todos evitem falar em ‘racha’. Para o presidente Nelson Lira, as decisões tomadas eram a única forma de o Botafogo seguir com chances de classificação.

“É uma situação difícil de explicar e ao mesmo tempo fácil.

Futebol é um esporte coletivo, onde o espírito de grupo faz a diferença. Posso garantir que quem ficou no clube é quem efetivamente está com vontade de vencer desde o início. Não diria que tinha alguém incomodando, mas alguns jogadores não estavam com o objetivo de jogar bola e honrar as cores e tradições do Botafogo.