Zé Marco do vôlei: atleta paraibano que levou o estado ao reconhecimento internacional

Aos 51 anos de idade,José Marco Nóbrega Ferreira de Melo, conhecido popularmente como Zé Marco, coleciona boas memórias quando o assunto é satisfação com o que fez. O maior jogador de vôlei de praia da Paraíba foi medalha de prata nosJogos Olímpicos de Sydney, em 2000, quando já tinha tido a felicidade de participar das Olimpíadas em 1996, em Atlanta. Mas quais as principais memórias desse nome lendário do esporte paraibano?

A trajetória de Zé Marco é um dos destaques do programa Paraíba Comunidade deste domingo (3), que apresenta grandes momentos do esporte ao longo dos 35 anos das TVs Cabo Branco e Paraíba. 

Natural de João Pessoa, o ano mais importante da carreira do jogador de vôlei foi, sem dúvida, 1996. Foi o ano do título do Circuito Mundial, o ano da parceria firmada com Emanuel, e para além das experiências individuais, foi o ano em que Zé Marco viu o seu esporte de paixão chegar, pela primeira vez, aos Jogos Olímpicos. 

“1996, para mim, foi um ano sensacional. Um ano de vitórias, de expectativas para o futuro, e foi um ano que a nossa dupla engrenou bastante. A gente já vinha de separação de outras dupla, para mim foi maravilhoso esse ano de 1996”, destacou Zé Marco. 

Quem é amante do vôlei de praia lembra que o atleta sempre se destacou numa estratégia que marcou seu desempenho nas quadras: a largadinha. O disparo era um jeito de Zé Marco, segundo ele, utilizar o corpo magro a seu favor. 

“Eu não tinha muita potência, então a gente tinha que treinar outra forma de fazer os nossos pontos. A gente treinava bastante. Não era fácil, até porque nossa orla é muito bonita, mas tem um pouco de vento. Era bastante difícil esse treinamento”, desabafou o medalhista olímpico. 

As dificuldades dos treinos na orla fizeram a dupla procurar outros espaços para reforçar os treinos, algo que deu certo para o que eles queriam fazer nos campeonatos. 

Indicação ao Hall da Fama do vôlei de praia

Fundado para homenagear atletas, técnicos, árbitros e líderes que contribuíram pelo desenvolvimento do voleibol. A homenagem está abrigada em Holyoke, Massachusetts, Estados Unidos, onde o vôlei foi criado em 1895 por William G. Morgan.

Zé Marco foi indicado de 2018 para 2019, um dos marcos de sua carreira. A conquista veio quando ele já tinha deixado as quadras há quase duas décadas, e foi uma vitória recheada de emoção:

“Para mim foi uma emoção muito grande. Quantos anos eu já não tinha parado. Quando eu recebi a ligação da Confederação Brasileira e também desse evento nos Estados Unidos, eu fiquei muito feliz. É o reconhecimento de tudo o que você fez”, comemora. 

Para ser indicado é preciso colecionar momentos célebres. No caso de Zé Marco, a conquista da medalha de prata nas Olimpíadas de 2000, ao lado de Ricardo, foi a primeira medalha brasileira no naipe masculino. 

O Hall da Fama do vôlei foi criado em 1985 e, só a partir de 1998, passou a receber atletas de fora dos Estados Unidos. 

Conquistar reconhecimento, para Zé Marco, foi uma forma de abrir espaço para outros nomes do esporte. É sobre honrar toda uma geração de atletas que fizeram a diferença, e deram orgulho ao país.

“Eu me sinto muito feliz em ter iniciado tudo isso, gosto de falar das pessoas que vieram comigo. A gente nunca pode esquecer de Denis, Ninaua, Otto, Luizito, Galego, tantas outras pessoas, aqui de João Pessoa. Como também os que vieram, como Ricardo e Emanuel”, declarou.