COTIDIANO
Famílias não conseguem comprar gás de cozinha e voltam a usar lenha
Preço do gás de cozinha aumentou pela oitava vez este ano. Para o consumidor final, o reajuste deve ser de R$ 7 a R$ 10.
Publicado em 02/09/2021 às 11:02 | Atualizado em 22/02/2023 às 15:36
Com o oitavo aumento no preço do gás de cozinha na Paraíba apenas em 2021, algumas famílias estão recorrendo ao uso do fogão a lenha por não ter como encaixar o botijão no orçamento da casa. Para o consumidor final, o reajuste do gás deve representar um aumento de R$ 7 a R$ 10. Esses números são sentidos no dia a dia dos paraibanos, que precisam encontrar formas de sobreviver em meio a um cenário onde o preço dos produtos só aumenta.
>> Preço do gás de cozinha aumenta mais uma vez e botijão pode custar até R$ 110 na PB
O que já era difícil fica cada vez pior, como conta Maria José. Ela mora em Mangabeira, na Zona Sul da capital. Tem três filhos, trabalha com reciclagem e recebe ajuda da Central Única das Favelas (Cufa) na Paraíba.
Mesmo assim, tenho muita dificuldade pois tenho que escolher entre o gás e o alimento pra meus filhos pois o custo de vida tá muito alto”, lamenta.
Aumento do preço do gás
Segundo o Sindicato de Revendedores de Gás GLP, o novo preço deve variar de R$ 105 à R$ 110. O atual aumento, que já começa a ser aplicado no valor final do produto nesta quinta-feira (2), não vem da Petrobras. Isto significa que ainda existe previsão para mais um aumento no valor do botijão de gás para este ano, como explica o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás de Cozinha da Paraíba (Sinregás), Marcos Antônio:
De acordo com o economista Cássio Bessarria, o aumento no valor do gás de cozinha está relacionado ao valor do dólar, pois hoje é preciso de mais reais para obter um dólar. Levando em consideração que precisamos importar insumos para combustíveis, quanto o dólar aumenta consequentemente o valor dos combustíveis também aumenta. Logo, o alto valor do dólar acaba influenciando os preços domésticos.
“A gente tem alguns componentes que contribuem no aumento do preço, por exemplo, em relação aos alimentos temos o período sazonal, onde tem a alta safra, em que o preço dos alimentos cai e temos a baixa safra, em que os preços sobem”, explica o economista.
Cássio ainda explica que as previsões não são boas. “Quando a gente pega a o valor da cesta básica, que hoje em dia é uns R$ 500, e do gás, que está R$ 110, estamos falando de 50% da renda dos mais pobres. Dados do IBGE, de julho deste ano, dizem que a taxa de inflação dos mais pobres é quase de 10%, enquanto a taxa de inflação dos mais ricos é de 6%”, informa.
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