Ucrânia rejeita ultimato da Rússia para entregar Mariupol, cidade onde mora paraibana desaparecida

Mariupol, perto da fronteira da Ucrânia com a Rússia, está cercada por tropas russas desde fevereiro.

Hospital destruído após ataque russo em Mariupol – Imagem: Just Click’s With A Camera, CC0, via Wikimedia Commons

A Ucrânia rejeitou um ultimato dado pelo governo da Rússia para que entregasse a cidade de Mariupol, onde mora a paraibana Silvana Pilipenko, desaparecida há 18 dias, que está sob cerco de forças russas desde fevereiro. 

O ultimato foi dado pela Rússia no domingo (20), para que houvesse a deposição de armas por parte dos militares ucranianos até às 5h desta segunda-feira (21). Em entrevista ao jornal Ukrainska Pravda, a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk anunciou que a cidade portuária não vai se render, e pediu a abertura de corredores humanitários.

“Não se pode falar em rendição, deposição de armas. Já informamos o lado russo sobre isso. Em vez de perder tempo com 8 páginas de cartas, basta abrir um corredor [humanitário]”, disse Iryna. 

Mariupol está situada no Mar de Azov e fica a aproximadamente 60 quilômetros da fronteira com a Rússia. Antes da guerra, a cidade abrigava cerca de 400 mil pessoas. No início do mês, o governo ucraniano relatou pelo menos 2 mil mortes de civis desde que a cidade foi cercada pelos militares russos. 

paraibana que mora na Ucrânia
A paraibana Silvana Pilipenko e o marido, Vasyl Pilipenko, estão desaparecidos em Mariupol desde 3 de março

Silvana Pilipenko, a paraibana desaparecida, é casada com Vasyl Pilipenko há 26 anos. Ele é ucraniano e eles estavam em Mariupol na casa da mãe de Vasyl, que é idosa. Antes de desaparecer após mandar um vídeo para a família, em João Pessoa, Silvana relatou a situação no local.

“A cidade está cercada pelas forças armadas, todas as saídas estão minadas, então é impossível tentar sair daqui nesse momento. Ontem a internet foi cortada, a energia também, então ficamos sem internet, sem energia”, disse em vídeo.

A proposta da Rússia era de que após a rendição de Mariupol, corredores humanitários fossem abertos para evacuar os civis que estão na cidade. 

O presidente russo, Vladimir Putin, chama a guerra de “operação militar especial” e diz estar defendendo Ucrânia de um governo “nazista”. O Ocidente acusa a Rússia de usar essas acusações como pretexto para invadir e tomar o país.

Com informações da Agência Brasil