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COTIDIANO

Qual a relação da Paraíba com os ataques no RN?

Nenhuma cidade paraibana foi alvo dos ataques no RN que ocorreram até o momento, mas a polícia do estado vizinho aponta líderes na Paraíba.

Publicado em 20/03/2023 às 15:37 | Atualizado em 20/03/2023 às 15:53


                                        
                                            Qual a relação da Paraíba com os ataques no RN?
Carros foram incendiados em Acari (RN). (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Desde a última terça-feira (14), 45 cidades do Rio Grande do Norte são alvos de ataques criminosos. Comércios, veículos e prédios públicos foram atacados com tiros ou incêndios propositais. Até esta segunda-feira (20), pelo menos 72 pessoas envolvidas foram presas, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, por conta dos ataques no RN, mas qual a relação da Paraíba com tudo isso?

Nenhuma cidade paraibana foi alvo dos ataques que ocorreram no estado vizinho até o momento, apesar da proximidade de alguns municípios na divisa entre os dois. No entanto, medidas de prevenção foram adotadas em algumas cidades da Paraíba, como a suspensão de aulas, e segurança nas divisas

Como os ataques no RN começaram

O primeiro ataque foi registrado na terça-feira (14). Segundo autoridades ligadas ao Ministério da Justiça e ao governo do Rio Grande do Norte, duas facções rivais se aliaram após um acordo de trégua temporária e agem de dentro dos presídios. 

De acordo com as autoridades do governo federal, o gatilho para o começo dos ataques se origina na transferência para fora do Rio Grande do Norte, em janeiro, de um dos líderes do ‘Sindicato do Crime’, a principal facção criminosa do estado. A inteligência do governo federal já apontava a possibilidade de retaliações após a transferência. 

Além disso, o Primeiro Comando da Capital (PCC), que disputa com a facção as rotas internacionais de cocaína para Europa a partir do Rio Grande do Norte, viu na ação uma oportunidade de reivindicar melhorias nas condições do sistema prisional, inclusive houve protestos de familiares em frente a presídios. 

Tanto o ‘Sindicato do Crime’ quanto o braço do PCC no Rio Grande do Norte, no entanto, estavam rompidos desde 2017, quando à época representantes das facções brigaram dentro do Presídio Estadual de Alcaçuz. Nessa ocasião, 27 pessoas foram mortas nos confrontos. Entre 2012, quando a organização potiguar surgiu, até 2016, a convivência entre as facções era pacífica. 

Os ataques que já aconteceram em cerca de 45 cidades do estado, incluindo a capital Natal, ainda não terminaram, mesmo com a chegada de 100 homens da Força Nacional, que se juntaram ao efetivo local para reforçar a segurança. 

Até o momento, o local mais atingido pela violência foi o depósito de medicamentos de São Gonçalo do Amarante, cidade na região metropolitana da capital Natal. A prefeitura do município calcula um prejuízo de cerca de R$ 10 milhões em medicamentos. O ataque aconteceu na madrugada da última sexta-feira (17). 

'Fake news' em ataques às escolas da Paraíba

Em meio à crescente onda de violência em cidades do Rio Grande do Norte, inclusive com os alvos principais das organizações sendo prédios públicos, veículos, além de lojas e bancos, notícias falsas começaram a circular em municípios paraibanos próximos à divisa com o Rio Grande do Norte, como a possibilidade dos ataques se estenderem a escolas públicas. 

No entanto, de acordo com o secretário de Segurança Pública da Paraíba, Jean Nunes, em entrevista à TV Cabo Branco, não procede a possibilidade de ataques. Ele garantiu o reforço policial para áreas mais suscetíveis. Na entrevista, ele ressaltou que não há reflexos das ações violentas ocorridas no Rio Grande do Norte na Paraíba . No entanto, as forças de segurança estão atuando na prevenção dos ataques.

"Uma rede de 'fake news' foi montada, divulgada de maneira irresponsável por várias pessoas, inclusive por autoridades. Nenhuma escola recebeu ameaça, estamos tratando como 'fake news'. Tivemos casos em que aulas foram suspensas, mas sequer acionaram as forças de segurança. Apenas um prefeito ligou e quis entender, e assim deveriam ter feito os demais antes de suspender. Estamos aqui para orientar e dar esse reforço", explicou.

Jean Nunes também informou que as forças de segurança da Paraíba foram acionadas para manter a vigilância na divisa com o RN, mas o ritmo de ações operacionais foi mantido. Ele deixou claro que a Paraíba não está em crise.

"A gente está em uma situação de alerta. Nenhum estado está imune a ataques, mas nós, pela proximidade, estamos tendo uma cautela maior. Nós não estamos em crise, mas a proximidade faz com que a gente precise estar alerta", disse Jean Nunes.

Ainda assim, mesmo desmentindo a possibilidade de ataques em solo paraibano, aulas de municípios como Uiraúna e Várzea foram suspensas na última semana, como forma de prevenir algum tipo de ‘transbordamento’ da violência para a Paraíba. 

RN aponta líderes dos ataques na Paraíba: quem são? 

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte aponta pelo menos quatro homens como líderes dos ataques ou com algum envolvimento nas ações criminosas ocorridas no estado.

José Wilson da Silva Filho


				
					Qual a relação da Paraíba com os ataques no RN?
José Wilson, suspeito de coordenar ataques no RN. José Wilson, suspeito de coordenar ataques no RN

Na madrugada da quarta-feira (15), em João Pessoa, um homem de 29 anos que é suspeito de organizar os ataques no estado vizinho, morreu após confronto com policiais. De acordo com a Polícia Civil, José Wilson da Silva Filho era foragido dos sistemas prisionais da Paraíba e do Rio Grande do Norte e estava escondido no bairro de Paratibe, na capital paraibana.

Segundo Luciano Augusto, delegado do Departamento de Investigação Contra o Crime Organizado no Rio Grande do Norte (DEICOR-RN), Filho fazia parte do grupo criminosos responsável pelos ataques e já era monitorado pelo departamento há cerca de um ano. A investigação aponta que ele distribuía armas e dinheiro para o grupo que fez os ataques.

José Wilson foi encontrado após a polícia receber uma denúncia com o endereço dele na Paraíba. Ao ser abordado pelos policiais, ele trocou tiros com os agentes e foi baleado.

Ele chegou a ser socorrido para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, mas não resistiu e morreu no início da manhã da quarta-feira. Com ele, a polícia apreendeu uma pistola e um carro.

Preso em Campina Grande

Outro suspeito de ter organizado os ataques no Rio Grande do Norte foi preso, em Campina Grande, no último domingo (19). Segundo a Polícia Civil da Paraíba, o homem de 22 anos foi encontrado com coquetéis molotov. A polícia disse que ele é uma ‘peça-chave’ do grupo criminoso no interior do Rio Grande do Norte. A Polícia Civil não informou o nome do suspeito.

A prisão do homem foi realizada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), no bairro Santa Rosa. Contra ele existem mandados de prisão expedidos desde 2020 pela Justiça do Rio Grande do Norte por homicídio e crime de receptação. Ele é natural da cidade de Parelhas e estava junto com uma adolescente. Porções de maconha e cocaína também foram apreendidas com a dupla. 

Ambos vão responder por tráfico de drogas e pela posse de material explosivo/incendiário, sendo a adolescente na condição de ato infracional equivalente aos crimes. O homem preso é investigado também por vários homicídios no estado vizinho.

Erick Silva de Santana e Igor Cavalcanti Coelho


				
					Qual a relação da Paraíba com os ataques no RN?
Reprodução/TV Globo. Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte afirma que dois homens presos em unidades penitenciárias da Paraíba são responsáveis pelos ataques violentos registrados no estado vizinho. De acordo com a Polícia Civil do RN, os presos seriam Erick Silva de Santana, que está detido na Penitenciária de Segurança Máxima Doutor Romeu Gonçalves de Abrantes, em João Pessoa, e Igor Cavalcanti Coelho, detido no Complexo Penitenciário do Serrotão, em Campina Grande.

Erick Silva de Santana é investigado por prática de assalto à banco, de acordo com inquérito instaurado em maio de 2022. Ele estava em uma casa no município de Lucena, Região Metropolitana de João Pessoa, com outros suspeitos de crimes.

Ainda segundo a Polícia Civil, Erick é conhecido pelo apelido de "Neymar" e integra uma organização criminosa. Ele teria utilizado um celular para fazer contato com integrantes da organização criminosa que atuam na zona leste de Natal.

Já Igor Cavalcanti Coelho tem um processo na Vara de Entorpecentes de Campina Grande. Após informações de que ele estaria envolvido nos ataques no Rio Grande do Norte, ele foi transferido para um presídio de segurança máxima em João Pessoa.


				
					Qual a relação da Paraíba com os ataques no RN?
Foto: Reprodução/TV Globo.

O que diz a Segurança na Paraíba


				
					Qual a relação da Paraíba com os ataques no RN?
Jean Francisco Nunes, secretário de segurança pública da Paraíba - Foto: André Resende/G1. Jean Francisco Nunes, secretário de segurança pública da Paraíba - Foto: André Resende/G1

Apesar da polícia no Rio Grande do Norte afirmar que há líderes dos ataques na Paraíba, a Secretaria de Estado de Segurança diz que não é possível cravar que eles fazem parte da liderança dos grupos criminosos, de acordo com nota do órgão. 

Segundo o secretário de Administração Penitenciária da Paraíba, João Alves, em entrevista à TV Cabo Branco, não há como confirmar a liderança dos presos paraibanos.

"Nós não temos esse conhecimento. É preciso que seja apurado e concluído. Nós temos recebido várias informações de outros órgãos como o Ministério Público, e não nos trouxeram essa informação ainda", disse o secretário.

João Alves também afirmou que as responsabilidades estão sendo tomadas pelas autoridades do Rio Grande do Norte. Os celulares que seriam usados por eles foram apreendidos e devem passar por perícia.

A Secretaria da Segurança e da Defesa Social da Paraíba informou que está colaborando com as ações desenvolvidas pelo Rio Grande do Norte e também ressaltou que "não é possível afirmar sobre a liderança em relação aos grupos criminosos, já que as investigações são do estado vizinho".

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Jornal da Paraíba

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