COTIDIANO
Caso Eloá Cristina é tema de estreia do Linha Direta
Acusado do crime, ex-namorado de Eloá, Lindemberg Alves é paraibano e foi condenado há mais de 98 anos de prisão.
Publicado em 04/05/2023 às 8:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 17:12
Eloá Cristina Pimental completaria 30 anos no dia 5 de maio. Em 17 de outubro de 2008, no entanto, a vida da jovem foi roubada pelo ex-namorado, o paraibano Lindemberg Alves Fernandes. Inconformado com o fim do relacionamento, ele invadiu o apartamento de Eloá no dia 13 de outubro, e iniciou um sequestro que duraria cerca de 100 horas.
O caso, acompanhado pelo país inteiro, será tema do programa de estreia do Linha Direta, nesta quinta-feira (4), apresentado por Pedro Bial. O feminicídio e a cobertura da imprensa ao vivo a partir do momento da invasão do apartamento serão abordados no programa.
O sequestro começou por volta das 13h. Eloá Cristina Pimentel estava em casa, onde estudava na companhia de três amigos – Nayara Rodrigues da Silva, Iago Vilera e Victor Campos.
Após fazer ameaças, o sequestrador libertou os dois rapazes na mesma noite, dia 13 de outubro.
No dia seguinte, Nayara chegou a deixar o local, mas, numa atitude inesperada, retornou ao cativeiro para ajudar nas negociações, após pedido da polícia.
Durante cerca de 100 horas, o país inteiro acompanhou o drama das duas jovens que terminou de maneira trágica.
O sequestro se estendeu até o início da noite de 17 de outubro, quando a polícia invadiu o apartamento. Nesse momento, Lindemberg disparou contra as meninas. Eloá morreu com um tiro na cabeça e outro na virilha. Nayara foi atingida no rosto, mas sobreviveu. O crime aconteceu em Santo André, no ABC paulista.
Na época do crime, a ação da Polícia de São Paulo foi questionada. Enquanto o comandante da operação afirmava que teria invadido o local apenas após ouvir o primeiro disparo do sequestrador, imagens mostravam que Lindemberg só havia atirado depois da entrada dos policiais. O depoimento de Nayara, a principal testemunha do caso, também contradizia a versão da polícia.
Segundo a Polícia Militar de São Paulo, a ação foi legítima e sem falhas. Lindemberg foi apontado pelo Ministério Público como o único responsável pela morte de Eloá Cristina Pimentel.
Em 16 de fevereiro de 2012, quatro anos após o crime, Lindemberg Alves foi condenado a 98 anos e dez meses de prisão pelos 12 crimes pelos quais foi julgado.
Quem é Lindemberg Alves
Lindemberg Alves morava em São Paulo, mas é natural da Paraíba. Ele tinha apenas 2 anos quando a mãe decidiu sair de Patos, distante 307 km de João Pessoa, capital, e se mudar para o Mato Grosso com Lindemberg. Inclusive, desde então, o filho não tinha mais contato com o pai. Na época do crime, Lindemberg morava em São Paulo.
O relacionamento com Eloá começou quando ela tinha apenas 12 anos. Por isso, a pricípio, a família da jovem foi contra, mas acabou aceitando o relacionamento com Lindemberg.
Julgamento do caso
Em 13 de fevereiro de 2012, teve início o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, que foi a júri popular três anos e quatro meses após matar a adolescente Eloá Cristina Pimentel.
Lindemberg Alves foi condenado a 98 anos e dez meses de prisão, por 12 crimes pelos quais foram julgado.
Após a condenação, Lindemberg foi encaminhado para a penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP), no interior de São Paulo. Em 2020, ele solicitou a progressão de pena e foi beneficiado no início do ano de 2021 para o regime semiaberto.
Nesta modalidade, os detentos têm direito a cinco saídas temporárias no ano, entre elas Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal. Além disso, o apenado tem direito de trabalhar e frequentar cursos profissionalizantes, de 2º grau ou superior, durante o dia, voltando à noite para a unidade prisional.
Quatro meses depois, no entanto, a Justiça revogou o benefício. No recurso do MP, assinado pelo promotor Luiz Marcelo Negrini, foi apresentado o argumento de que um teste de personalidade constatou que ele tem "traços narcísicos e antissociais, além de contar com impulsividade elevada e pouca capacidade de afeto, apresentando postura autocentrada".
Outro ponto ressaltado foi a "personalidade agressiva e com alternâncias de comportamento". Ainda segundo a perícia, Lindemberg apresenta "fantasias imaturas, traços egocêntricos e necessidade de controle sobre o ambiente".
Apesar das constatações, foi identificado que Lindemberg não tinha faltas disciplinares graves e apresentava bom comportamento no presídio.
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