Campinenses se destacam pela produção de 130 invenções por ano

Em toda a Paraíba são cerca de 180 novas invenções criadas. A cidade se tornou conhecida nacionalmente como celeiro de grandes talentos das mais variadas áreas do conhecimento.

João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba

Faz muito tempo que Campina Grande, cidade localizada a 130 quilômetros de João Pessoa, se tornou conhecida nacionalmente como celeiro de grandes talentos e de estudiosos das mais variadas áreas do conhecimento. São duas universidades públicas e pelo menos oito particulares que fazem da cidade uma referência paraibana em termos de educação superior. No entanto, o que nem todo mundo sabe é que o município também se destaca pela criatividade.

Para se ter ideia a cada ano, de acordo com a Associação dos Inventores do Nordeste, são criadas e patenteadas em média 130 novas invenções na cidade, o que representa aproximadamente 72,2% dos novos inventos nascidos na Paraíba. No Estado, são cerca de 180 novas invenções criadas. O presidente da entidade, José Muniz, contou que atualmente existem na cidade pelo menos 30 inventores cadastrados e que produzem produtos dos mais variados tipos.

Com mais de 80 inventos patenteados, ele lançou recentemente a ‘galeria inteligente’, que tem por objetivo evitar o acúmulo de lixo e insetos em redes de esgotos. O projeto inicial, que começou a ser elaborado há mais de um ano, já foi aprovado e está se transformando após receber a patente em produção industrial. Em uma fábrica, localizada no Distrito Industrial campinense, José Muniz já fabrica cerca de 300 peças por mês e deverá em breve ampliar a sua produção para mais de mil itens mensais.

“Esse equipamento é todo feito com um plástico bastante resistente e sensores eletrônicos que permitem que o equipamento se feche ao perceber a presença da água do esgoto, fazendo com que resíduos sólidos e animais não passem e não venham no futuro a entupir os canos e provocar prejuízos”, descreveu o inventor, ressaltando que o equipamento “resolve um dos grandes problemas da saúde pública. É que ninguém faz a limpeza no interior da rede de esgotos e o lixo e animais que se aglomeram causam grandes males. Então a galeria vem justamente para acabar com isso”, acrescentou Muniz, que vai começar a exportar o produto para o Estado do Rio de Janeiro.

Este ano, os pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Helmut Neff e Elmar Melcher, desenvolveram depois de um ano de pesquisas, um biossensor ótico capaz de detectar se uma pessoa está infectada com o vírus da dengue em apenas dez minutos. O biossensor contém uma fina superfície de ouro, onde são colocados anticorpos da dengue.

Em seguida, coloca-se na mesma superfície o soro de sangue infectado com o vírus. Debaixo da superfície de ouro um feixe de luz é ativado e, a partir das reações apresentadas, pode-se afirmar se aquele sangue está ou não infectado com o vírus da dengue. A pesquisa ainda está em andamento e outros testes irão ser realizados, para que o equipamento possa estar apto a chegar ao mercado.

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