Justiça decreta prisão preventiva de suspeito de manter mulher e filha em cárcere privado

Francisco Flávio vai permanecer custodiado no Presídio de Catolé do Rocha.

O juiz da Vara de São Bento, no Sertão da P araíba, Hermeson Alves Nogueira, converteu, nesta quinta-feira (22), a prisão em flagrante em prisão preventiva de Francisco Flávio Miranda de Carvalho, 58 anos, suspeito de cometer o crime de cárcere privado, praticado por cinco anos contra a mulher, uma pedagoga de 29 anos, e a filha do casal, uma criança de dois anos. A decisão foi tomada durante audiência de custódia, no Fórum de São Bento.

Com a decisão, Francisco vai permanecer preso, no Presídio de Catolé do Rocha. A preventiva foi pedida pelo promotor Osvaldo Lopes. Para o representante do Ministério Público, a decretação da preventiva foi necessária para garantir a ordem pública, ou seja, impedir que o suspeito continue a delinquir, pondo em risco a segurança da vítima e da sociedade.

Além disso, alegou a conveniência da instrução criminal, a fim de impedir que o Francisco Flávio perturbe ou impeça a produção de provas, como ameaça a testemunhas, bem como evitar o risco e evasão, inviabilizando futura execução da pena. “Vamos agora aguardar a conclusão do inquérito policial. Depois, vou decidir se denunciou ou não o suspeito à Justiça”, explicou Osvaldo Lopes.

Francisco Flávio foi preso em flagrante, na terça-feira (20). Em depoimento à Polícia Civil, ele negou que tenha praticado crime de cárcere privado. Ele disse que sua mulher saiu da casa da família para morar com ele porque os pais não aprovavam o relacionamento. Francisco também negou maus tratos contra a mulher e a filha.

Volta para casa

A mulher de Francisco Flávio e a filha voltaram para a cidade de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, onde mora a família. De acordo com o Conselho Tutelar, as duas viajaram ainda na noite de terça-feira (20) e a mãe da vítima foi buscá-la na Paraíba.

O Conselho Tutelar informou que um carro da prefeitura de São Bento levou a mãe e a filha até Caicó, no Rio Grande do Norte, por volta das 20h30, para encontrar com a mãe, com objetivo de encurtar o caminho. De lá, a família seguiu para Santa Cruz de Capibaribe, em Pernambuco.

Após ter tomado conhecimento do caso através da imprensa, a equipe do Conselho Tutelar foi à delegacia na tarde da terça-feira para apurar as informações e adotar as medidas cabíveis. De acordo com o órgão, a rede de proteção às vítimas foi acionada e mãe e filha foram encaminhadas para os serviços de assistência psicossocial do município, onde receberam alimentação e o apoio necessário até a chegada da família.