PEC com eleição presidencial de 3 candidatos no 2º turno será apresentada, diz site

A ideia é do senador Marcelo Castro (MDB-PI) e a estratégia é “enfraquecer” a polarização Bolsonaro versus Lula.

Senador Marcelo Castro. Foto: Agência Senado
PEC com eleição presidencial de 3 candidatos no 2º turno será apresentada, diz site
Senador Marcelo Castro. Foto: Agência Senado

Com objetivo de “enfraquecer” a polarização que se desenha para as eleições presidenciais do ano que vem, com Bolsonaro versus Lula, um grupo de senadores apresentará, semana que vem, uma Proposta de Emenda Constituição (PEC) para que a corrida presidencial no Brasil tenha três candidatos em caso de segundo turno. A apuração é do site O Antagonista.

A ideia é do senador Marcelo Castro, do MDB do Piauí, e foi encampada por parte da bancada do Podemos. A estratégia e  “diluir a polarização” política no país. Aos site, Castro disse que isso evitaria “fulanizar” o debate, mas acabou dando o seguinte exemplo:

Eu acredito que muitas pessoas optam por votar no Lula não porque seja lulista, mas porque é tão anti-bolsonarista que vê no Lula a pessoa capaz de derrotar Bolsonaro, e vice-versa. Com três candidatos em um segundo turno, a chance de outros nomes aumentaria, afirmou  senador ao site.

Para Castro, “muitos se encorajariam” a lançar candidatos porque pensariam assim: “Não posso ser o primeiro ou o segundo, mas posso ser o terceiro e poderei virar o jogo no segundo turno”.

A proposta valeria somente para a eleição presidencial. A apresentação da PEC está prevista para a semana que vem. O texto será concluído pela equipe do senador Oriovisto Guimarães (Podemos).

Vale lembrar que para uma alteração como essa passar a valer teria que ser aprovada até o início de outubro, um ano antes da disputa. Por isso, talvez não haja tempo suficiente. São dois turnos no Senado e em dois turnos na Câmara, com maioria qualificada.

A proposta até poderia ter muitos defensores na sociedade e no Congresso (antilulistas e antibolsonaristas), mas, às vésperas do prazo final, só passaria se fosse no “tratoraço”, com pouco debate e pulando etapas. E seria considerada uma mudanças de regra para atender um momento específico da política brasileira. Uma conveniência eleitoral. Nada que não já tenha sido feito antes quando os interesses eleitorais dos parlamentares eram convergentes. O debate do retorno das coligações partidárias e o aumento de bilhões no fundão eleitoral estão aí para provar.

Veneziano e Daniella 

Ao Conversa Política, o senador Veneziano (MDB), vice-presidente do Senado, afirmou que, a princípio, é contra a ideia. A senadora Daniella Ribeiro (PP) disse que é a primeira vez que ouço essa tese do colega Marcelo Castro. “Essa pauta nunca foi levantada nem discutida no Progressistas”, afirmou.