POLÍTICA
Luislinda Valois afirma ser 'mulher preta, pobre e da periferia' em discurso
Ministra dos Direitos Humanos se envolveu recentemente em uma polêmica ao tentar acumular o salário de ministra com a aposentadoria de desembargadora da Bahia.
Publicado em 13/11/2017 às 18:13 | Atualizado em 13/11/2017 às 18:41
A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, relembrou a sua origem de "mulher preta, pobre e da periferia" para justificar, nesta segunda-feira (13), no Rio de Janiero, o trabalho para aumentar os números de beneficários de programas sociais. O discurso feito após a polêmica envolvendo a tentativa de acumular o salário de ministra com o de desembargadora aposentada aconteceu durante o anuncio de um programa emergencial para o Rio de Janeiro.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Desenvolvimento Social, o programa emergencial terá investimento total de R$ 157 milhões no Rio, com ações nas áreas de justiça, educação, esporte e direitos humanos. Projetos de vários ministérios estão envolvidos, incluindo a pasta de Luislinda. A ministra afirmou que o programa emergencial é baseado em compromissos reis.
"Vamos aumentar esses números [de beneficiários de programas sociais] para o Rio de Janeiro e para o Brasil, também, é esse o nosso pleito. Como mulher preta, pobre e da periféria, que conheço como é viver longe dos grandes centros", ressaltou Luislinda.
Salário
No dia 2 de novembro a ministra dos Direitos Humanos Luislinda Valois comunicou que havia encaminhado ao Governo o pedido de desistência de acumular o salário de ministra com a aposentadoria como desembargadora da Bahia. Com o acumulo, lhe seria garantido um rendimento bruto de R$ 61,4 mil.
Luislinda reclamava que, por causa do limite constitucional, só podia ficar com R$ 33,7 mil, equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela havia afirmado ainda que “sem sombra de dúvidas” essa situação se assemelhava ao trabalho escravo.
Em entrevista à rádio CBN, a ministra confirmou o pedido e disse que, em função do cargo que ocupa, tem “representatividade” e precisa se apresentar “trajada dignamente”.
"Eu, como desembargadora aposentada, posso botar um chinelinho simples e ir a qualquer lugar. Mas como ministra de Estado, não posso fazer isso. Eu tenho uma representatividade. Não de luxo, mas de pelo menos me apresentar trajada dignamente. É cabelo, é maquiagem, é perfume, é roupa, é sapato, é alimentação. Porque, se eu não me alimentar, eu vou adoecer e, aí, vou dar trabalho para o Estado. É tudo isso que tem que ter. Então, eu pedi, formulei o pedido, como qualquer pessoa que se achar no direito pode requerer. Estou com um salário aqui, neste mês, de R$ 2.700. Para uma responsabilidade que se tem…" disse Luislinda Valois.
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