Ambulantes e carroceiros protestam na Câmara Municipal de JP

A manhã desta terça-feira (29) foi de protestos na Câmara de João Pessoa. Representantes dos carroceiros e dos ambulantes ocuparam as dependências do prédio do legislativo. O primeiro grupo foi cobrar dos vereadores mudanças na lei que proíbe a circulação de veículos de tração animal na capital paraibana, já o segundo, questiona a retirada de vendedores das ruas de João Pessoa. Não houve sessão na Câmara, em função da morte do arcebispo emérito da Paraíba Dom José Maria Pires.

Os representantes dos ambulantes foram recebidos por um grupo de vereadores. A associação do segmento questiona a apreensão de produtos por parte dos agentes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb) e defende que seja feito um cadastro dos vendedores. “Que possam ter espaços organizados para trabalhar, que a prefeitura venha de fato fazer o cadastro desse povo, para que possamos descobrir quem é o ambulante, ou quem é o dono de loja que está infiltrando entre a gente”, afirmou a presidente da Associação dos Ambulantes e Trabalhadores em Geral da Paraíba, Márcia Medeiros.

Márcia sugere que a prefeitura ceda as avenidas Santos Dumont e Treze de Maio para ocupação dos ambulantes. A primeira seria para os vendedores de acessórios e a segunda para os de frutas e verduras.

Durante a reunião ficou decidido que um novo encontro vai acontecer na tarde de quarta-feira (30) na Câmara Municipal, com a participação de representantes da Sedurb. Até lá, ficam vetadas novas apreensões de mercadorias. “A Câmara vai participar dessa discussão ativamente. Estão suspensa as apreensões para que possa construir um diálogo e uma unificação de pensamento, para que a gente possa ouvir os argumentos da prefeitura também”, disse o líder do governo na Câmara, vereador Milanez Neto (PTB).

Situação dos carroceiros

No caso dos carroceiros, os vereadores ficaram de receber os representantes em uma reunião na próxima sexta-feira (1º). O presidente da Associação das Carroças com Tração Animal, Paulo César, disse que a categoria quer que a Câmara reveja o texto da lei 13.170, sancionada no começo de 2016. A norma veta o uso de carroças e outros veículos puxados por animais.

“ A lei não pode vir para punir aquele que não é agressor, que tiver maltratando, machucando, que seja punido. Vai punir todos os pais de família que defendem seu pão? Não, tá errado”, disse Paulo César. “A gente quer uma mudança no texto, um bom senso, para que não haja pancadaria e quebra-quebra. [Queremos] continuar usando as carroças e cadastrando todos os carroceiros, colocando chip nos animais”, afirmou Paulo César.

O presidente da Câmara, Marcos Vínícius (PSDB), disse que a Câmara vai buscar atender aos pedidos dos carroceiros e formatar um novo projeto. “Eles estão reivindicando um cadastramento e querem saber o que eles podem fazer e o que não podem fazer, a prefeitura ficou de regulamentar essa situação e não fez”, afirmou.

(Atualizada às 12h45)